Publicado em 11/09/2013
As montadoras brasileiras vão entrar em um dilema nos próximos anos: alta capacidade instalada para um mercado com crescimento estável. Os investimentos das empresas em aumento da produção e a entrada de novos concorrentes, a capacidade das montadoras no País chegará a 6,5 milhões de veículos. Hoje, podem ser produzidos por aqui 4,3 milhões de unidades. A solução, segundo o diretor da consultoria Roland Berger, Stephan Keese, é o aumento das exportações de veículos.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) costura planos com o governo para que em 2017 as fabricantes embarquem 1 milhão de unidades. Em 2005, as exportações do setor chegaram a 900 mil veículos.
“O grande desafio é saber como o Brasil vai crescer nos próximos anos se a as vendas internas continuam no mesmo patamar nos últimos três anos. A única solução para as empresas é realizar um hedge natural, ou seja, aumentar as exportações e fazer um gerenciamento mais eficiente nas importações de peças”, disse Keese durante o painel "Os entraves para o crescimento", realizado no Workshop Desafios da Legislação Automotiva 2014, promovido por Automotive Business na segunda-feira, 6, em São Paulo.
Para o consultor, nos próximos anos, a legislação de incentivos montada para compensar as ineficiências do setor automotivo não será suficiente para retomar competitividade. Será necessário atacar outros gargalos.
“O Brasil tem portfólio e poderia participar mais ativamente de mercados emergentes, mas não tem custo
competitivo para isso. O único caminho para o País é aumentar o nível de automação
e tecnologia em suas fábricas, ai sim conseguirá competir com outros concorrentes”, afirmou Keese.
Ana
Paula Machado, PARA AB
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