Publicado em 11/09/2013
Para alcançar os níveis de eficiência energética exigidos pelo novo regime automotivo Inovar-Auto, que prevê média mínima de incremento de 12,08% por marca, as montadoras instaladas no Brasil deverão investir R$ 3,1 bilhões adicionais em tecnologias que melhoram o consumo de combustível de seus veículos - e por consequência a redução de emissão de CO2. Por outro lado, a maior parte das tecnologias que serão inseridas nos veículos nacionais já faz parte do portfólio tecnológico global das companhias, sinaliza o diretor e consultor da IHS South America, Vitor Klizas, que ponderou sobre os desafios que o setor já enfrenta no painel As regras da eficiência energética, no Workshop Desafios da Legislação Automotiva 2014, realizado na segunda-feira, 9, em São Paulo, por Automotive Business.
O impacto dessas tecnologias nos custos das montadoras vai além. Conforme os dados apresentados pelo consultor, o custo inicial previsto em 2012 pelas montadoras seria de R$ 1,1 bilhão, para começar a preparar os modelos a receberem novas tecnologias relacionadas à redução de consumo. Em 2016, outros R$ 2,3 bilhões seriam investidos para aumentar os índices de eficiência alcançados até então. Klizas explica ainda que a equação não é tão simples: “Primeiro, cada montadora deverá escolher qual tecnologia introduzirá em sua linha, depois em qual de seus modelos. Isso requer planejamento e cuidado minucioso, principalmente com repasse de custo, para não perder volume de venda, já que o cálculo da média de eficiência dependerá deste volume, e disto depende a habilitação da marca no regime para 2017 (o que significa redução de tributos). As mudanças terão de ser resolvidas logo.”
Em uma simulação realizada pela IHS, com base em dados de mercado, índices de crescimento até 2016 e partindo da premissa de que as montadoras buscarão a meta de incentivo de dois pontos porcentuais de desconto no IPI, o que para isso é necessário ter alcançado melhoria de 18,84% na eficiência, o que se tem é um alinhamento de produtos de todas as montadoras, ou seja, os veículos estarão em níveis tecnológicos muito semelhantes.
“Temos um marco regulatório que define um grau de eficiência comparável aos mercados mais maduros, dando maiores possibilidades de exportação, porque nossos produtos estarão em linha com os oferecidos na Europa e Estados Unidos. Acredito que para alcançar os índices, a transferência de tecnologia (trazer o que existe lá fora para o Brasil) será suficiente. Contudo, temos um gap de tecnologia, que não está só nas montadoras, mas na cadeia de fornecimento. Portanto, o grande desafio hoje é no nível de tecnologia: vai ter que fazer muito investimento”, alerta.
O consultor revela ainda que para os veículos fabricados no Brasil, o start-stop encabeça a lista de tecnologias disponíveis e que têm como pano de fundo o aumento da eficiência. No mesmo evento, a Bosch confirmou que fornecerá já em 2014 o sistema para a indústria nacional (leia aqui).
Sueli Reis, AB
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