Publicado em 19/07/2013
Pelo menos 450 mil veículos 0 km inseguros são vendidos por ano na América Latina. A informação é do Latin NCAP - programa que mede a segurança de carros novos comercializados nos países. Desde que eles realizaram seus primeiros testes, em 2010, 1.350 milhão de modelos novos classificados como inseguros pelos testes foram para as ruas.
Para a entidade, são considerados inseguros os carros que obtiveram 0 ou 1 estrela em seus testes periódicos de colisão. Os mais vendidos estão delimitados pelo retângulo vermelho na imagem abaixo:
Temos uma particularidade triste. Os condutores mais jovens são os que compram esses veículos pela primeira vez, assim como as famílias em condições sociais mais baixas, que optam por eles porque são mais baratos e pagam com muito esforço”, disse Alejandro Furas, diretor técnico da entidade, durante coletiva de imprensa.
De acordo com ele, pelo menos 1.5 milhão de pessoas latino-americanas estão nessas condições hoje. “Essa é a parte mais preocupante dos resultados que mostramos agora. São os usuários que têm seguros com custos mais baixos, isso também mostra a vulnerabilidade”, afirmou Furas.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou nota afirmando que o automóvel brasileiro é seguro e que vários fatores podem influenciar acidentes, como condições de estradas, consumo de álcool, cansaço excessivo, má manutenção do veículo, entre outros.
“A realidade é que muitos ocupantes são salvos exatamente pela boa qualidade dos veículos produzidos
no país, com a adoção de todos os quesitos de segurança passiva e ativa regulamentados pelo Contran
(Conselho Nacional de Trânsito)”, afirmou a federação. Segundo a nota, as normas e sistemas produtivos
do Brasil são os mesmos adotados pelos “mais avançados centros produtivos”.
Nesta segunda-feira (15), o Latin NCAP divulgou mudanças em seus protocolos de avaliação. A partir de agora, para obter cinco estrelas em proteção de adultos o veículo deverá ser submetido e aprovado no teste de colisão lateral, ter quatro canais de freios ABS, alerta para cintos de segurança e marcar um mínimo de 14 pontos da avaliação.
Para o diretor técnico da entidade, obter uma estrela não é tão bom quanto as montadoras imaginam. “Tanto para o Latin NCAP quanto para a opinião pública, ter 1 estrela ou 0 é um resultado deficiente”, disse Furas durante a coletiva.
A Latin NCAP alterou também os métodos de testes patrocinados (pago pela fabricante do carro testado) para escapar da demora na entrega dos veículos. De acordo com o diretor técnico da entidade, a pré-venda é muito comum na América Latina e faz com que os carros demorem até três meses para deixar as plantas e chegarem às concessionárias.
Agora, um intermediador conseguirá o modelo direto da planta e, para garantir que ele tem a mesma configuração
do que circula pelas ruas, será firmado um contrato.
A segunda mudança diz respeito a itens opcionais nos
testes. Se um fabricante não tiver alerta para cintos de segurança, por exemplo, e quiser incluir o artigo como
opcional para o teste, precisa firmar um contato com a Latin NCAP se comprometendo a incorporá-lo dentro de quatro
anos à frota do modelo em 15 países específicos da América Latina.
Fonte: Giulia Lanzuolo, Autoesporte
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