Publicado em 03/07/2013
O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) inaugurou ontem um novo laboratório de testes de diesel e motores pesados adaptados às normas previstas na sétima fase do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). A bancada de testes, que simula motores do tipo Euro V, é fruto de um investimento de R$ 6 milhões da Petrobrás no instituto.
A rigor, todo motor de caminhões e ônibus comercializado no Brasil, hoje, deve rodar dentro destas especificações ambientais, que estão em vigor desde o início de 2012, mas até então os testes eram feitos nos laboratórios próprios das fabricantes ou fora do país. “Este é, seguramente, o laboratório independente mais completo para a medição dos atuais limites de emissão. Há um mercado enorme”, garante o superintendente do Lactec, Omar Sabbag Filho. Em função da demanda reprimida, resultado da escassez de laboratórios equipados no Brasil, o Lactec tem testes contratados para os próximos 12 meses.
Além de testes de motores, a bancada será usada como ferramenta para o desenvolvimento de novos combustíveis e adequação dos atuais, incluindo diesel de baixo teor de enxofre, misturas de diesel com biodiesel e outros combustíveis alternativos para o segmento de veículos pesados. Os motores testados podem chegar até 440 kW de potência – ou 500 HP.
Mesmo com o investimento da estatal – que bancou 100% do investimento –, o laboratório permanece independente. “A Petrobrás trabalha desta forma há tempos, investe em uma rede que testa toda a sua cadeia com diversas empresas diferentes”, afirma o diretor de Desempenho de Produtos em Motores da Petrobrás, Décio Magioli Maia.
Mesmo assim, o Lactec tem liberdade para firmar contratos com qualquer tipo de cliente, inclusive concorrentes da estatal. O laboratório de motos do instituto, inaugurado em 2010, também foi fruto de um investimento da Petrobrás nos mesmos moldes. Desde 2006, dos R$ 87 milhões investidos pela estatal em laboratórios paranaenses, R$ 26 milhões foram nas bancadas do Lactec.
A atual legislação estabelece limites de emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio na queima do combustível pelo motor. Nos próximos anos, no entanto, a tendência é de que a regra seja ainda mais restritiva, como acontece atualmente na Europa.
Mesmo assim, o gerente do Departamento de Emissões do Lactec, Dennis Rempel, garante que o laboratório não ficará obsoleto. “Não sabemos em que direção a lei vai exatamente, mas se ela seguir o padrão europeu, já poderíamos testar motores para critérios mais exigentes com algumas adaptações”, afirma. Um dos aparelhos que seria necessário adquirir, por exemplo, seria um contador de partículas.
Fonte: Pedro Brodbeck – Gazeta do Povo
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