Publicado em 01/07/2013
O crescimento urbano provoca o acúmulo de cada vez mais pessoas em grandes metrópoles, o que resulta em mais carros, maior gasto de energia elétrica, mais lixo, mais violência. A necessidade de uma gestão inteligente --e, claro, mais sustentável-- disso tudo acabou por criar o conceito chamado de cidade inteligente --"smart city", como chamam os especialistas.
Em 2050, mais de 2,5 bilhões de carros estarão nas ruas em todo o mundo, segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Dada essa superlotação, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) criou um dos projetos mais futuristas e concretos na área. Trata-se do Hiriko, um carro compacto e elétrico que permite colocar nas ruas sete vezes mais veículos que o padrão atual.
O Hiriko tem 40% do tamanho de um veículo normal e autonomia de bateria para andar 120 km. Com dois lugares,
ele ainda pode ser dobrado para ser estacionado: três Hirikos ocupam uma vaga comum --já à venda na Europa,
por € 12,5 mil (R$ 37 mil).
A cidade de Santander, na Espanha, é outro ícone. Instalou 12 mil sensores conectados à internet
que transmitem para uma central de análise informações como níveis de poluição do
ar, vagas livres para estacionar e quando as lixeiras estão cheias.
O projeto, que ao todo custou US$ 11 milhões,
também possui sensores que permitem que as luzes da rua diminuam a de intensidade quando ninguém está
passando.
Hoje, a IBM é a empresa que mais investe em inovação de cidades. O programa Smarter Cities
Challenge destina US$ 50 milhões por ano para tornar 100 municípios mais conectados.
Em Estocolmo e na cidade sul-coreana Bucheon, a IBM tem um sistema de análise de dados de tráfego para
prever engarrafamentos e alterar o tempo de semáforos quando necessário. A medida reduziu o trânsito em
10%.
Em Xangai, na China, uma das cidades mais populosas do mundo, a Intel tem um sistema avançado de monitoramento:
câmeras em pontos estratégicos identificam atividades suspeitas, acionando a polícia automaticamente e
até mesmo se um pedestre atravessa fora de faixa.
A tendência chamada "internet das coisas", que visa conectar quase todos os objetos à rede mundial (desde
a geladeira até o carro ou o relógio), é essencial para a criação de uma cidade inteligente.
O objetivo é interligar tudo para simplificar a vida cotidiana.
As empresas que assumirem a dianteira nesse nicho
podem lucrar US$ 613 bilhões neste ano, prevê a Cisco.
"A Intel já trabalha em uma arquitetura para sistematizar a internet das coisas", diz Fábio Tagnin, diretor
de pesquisa aplicada da empresa. Segundo ele, será possível, em breve, que sensores na bomba de gasolina enviem
um sinal para debitar o valor diretamente da conta do dono do veículo.
Fonte: Lucas Agrela - Folha de São Paulo
Envie para um amigo