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Novo Tiggo fica mais ocidental para se aproximar da concorrência nacional

Publicado em 10/06/2013

SUV chega ao Brasil reestilizado e com opção de câmbio automático
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            para ampliarNovo Chery Tiggo (Foto: Divulgação)

Mais do que um item obrigatório em alguns países, as luzes de condução diurna (DRL, na sigla em inglês) viraram sinônimo de carro requintado e moderno. Diversas montadoras já perceberam isso e usam o artifício para agregar mais valor a seu automóvel. No caso do novo Chery Tiggo, a DRL também serve para identificar a primeira reformulação que o SUV recebeu no Brasil desde seu lançamento. O SUV atualizado chega ao Brasil no final deste mês com o mesmo preço do atual na versão manual — a automática chega em setembro.

Apesar de manter a mesma carroceria do modelo atual, o novo Tiggo passou por uma extensa reformulação na dianteira. Aquele visual similar ao antigo Honda CR-V deu lugar a um design mais moderno, e sem tanta ''inspiração'' em modelos orientais. É verdade que a traseira segue no estilo do velho Toyota RAV4, mas o jipinho chinês mostra que já aprendeu a se ''ocidentalizar''.

Quando chegou ao mercado brasileiro, em 2009, o Chery Tiggo o se destacou pelo bom custo-benefício e porte de SUV, virtudes que compensavam as dúvidas em torno dos carros chineses e outros defeitos, como a suspensão e a direção macios (até demais). Mas daí veio o Super-IPI e a chegada de novos e melhorados concorrentes. Era hora de se mexer, e a Chery começou já nos bastidores.

Primeiro veio a decisão da matriz administrar por conta própria a operação brasileira, deixando o representante local (JLJ, do ramo alimentício) a cargo apenas da divisão comercial da marca. Depois a Chery confirmou a construção de uma fábrica em Jacareí (SP) para atender os requisitos do Inovar Auto. Agora é a vez de renovar e ampliar os produtos, começando pelo Celer e o novo Tiggo.

Com a dianteira e o painel completamente redesenhados, o Tiggo merece o adjetivo. Ainda não é uma nova geração: sua plataforma e trem de forca continuam os mesmos. Mas as melhorias ganharão mais um fôlego sob o capô. O motor 2.0 de 135 cv (movido apenas a gasolina) terá a opção de receber um cambio automático de quatro marchas em setembro — a versão manual, de cinco marchas, chega no final deste mês. As novidades são complementadas por melhorias perceptíveis apenas com o carro andando.

Durante o test-drive realizado na região de Santiago (Chile) o novo Chery Tiggo mostrou uma clara evolução em relação à sua geração anterior. Mais firme, a direção transmite maior segurança, em especial em velocidades próximas dos 100 km/h. Porém acima disso o carro continua com assistência exagerada, que, associada a suspensão macia, transmite pouca segurança em mudanças bruscas de direção, como um desvio de um obstáculo em uma estrada.

Porém, justiça seja feita, os maiores defeitos do Tiggo começam e terminam nesses quesitos. O acabamento, apesar de composto basicamente por peças plásticas, é próximo ao da concorrência. Alguns detalhes típicos dos carros chineses ainda persistem, como o rádio com entrada do tipo mini-USB (que obriga o uso de um cabo adaptador para conectar celulares e pen-drives) e o câmbio de engates longos. A reportagem do R7 Carros não levou em conta o desempenho do carro, já que a unidade avaliada usava um motor 1.6 de 125 cv (suficientes para uso urbano, mas fracos para ultrapassagens e subidas com o carro ocupado por três adultos e com o ar-condicionado ligado).

O espaço interno segue bom para quatro adultos, com destaque para o fácil acesso aos 520 litros do porta-malas (mérito da tampa que leva consigo o para-choque traseiro, eliminando qualquer degrau no compartimento). A lista de itens de série é a mesma - longa - presente no Tiggo atual, com o adicional das luzes de condução diurna e retrovisor com bússola e altímetro integrados. Os equipamentos se somam ao pacote ''obrigatório'' para carros chineses: ABS, airbag duplo, direção assistida, ar-condicionado, trio elétrico e garantia estendida - três anos, no caso.

A onda de novidades tem um claro objetivo: levar a marca de volta ao 1% de participação do mercado brasileiro, perdidos desde a chegada do Super IPI. Com o Tiggo a marca tem chances para retomar o crescimento, mas somente o jipinho nao será suficiente: apesar de melhorado, ele ainda sofre com pequenos defeitos que não estão presentes nos líderes Renault Duster e Ford EcoSport, que ainda contam com o beneficio de serem nacionais. Mas a atualização reduziu as chances de transformar o Tiggo em um mico: confortável e com estilo mais moderno, o SUV pode ser o início dos carros chineses mais parecidos com os ocidentais, tanto para o consumidor quanto para o mercado.

Fonte: Rodrigo Ribeiro, do portal R7.

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