Publicado em 25/02/2013
Muita gente torceu o nariz quando a GM lançou a minivan Chevrolet Spin, aposentando de uma só vez o Meriva e a Zafira, modelos que ainda guardavam o apreciado DNA alemão da Opel. O estilo pareceu estranho num primeiro momento, mas os trunfos do novo modelo estavam no interior espaçoso e versátil, e principalmente na sacada de oferecer uma versão de cinco e outra de sete lugares, se adequando a famílias brasileiras de diferentes tamanhos.
Passado mais de meio ano de seu lançamento, o sucesso está bem configurado, com média de vendas mensal
na casa de 3.500 unidades. Entre os monovolumes, só o Fit vende mais que a Spin, mas o Honda está mais para
um hatch do que para um modelo de uso familiar. Logo, a receita do novo Chevrolet vem dando certo. E essa receita nem é
da GM. Foi a Nissan quem inovou ao lançar a dupla Livina e Grand Livina em 2009, aproveitando a mesma base para oferecer
um monovolume para cinco ou sete pessoas.
A diferença é que o Nissan tem a base alongada na versão
de sete pessoas, enquanto o modelo da GM tem exatamente o mesmo comprimento nas duas configurações internas
(uma considerável economia de escala). As vendas do Livina são boas, levando em conta o porte da rede Nissan
e o acanhamento visual do modelo: mais de 1.000 por mês (e era mais que isso antes da chegada do Spin). A Citroën,
com mais tradição nessa praia, vende 1.750 unidades/mês da dupla C3 Picasso e Aircross, mais caros e equipados.
Nissan Livina apontou o caminho, mas é a Chevrolet que faz a festa
Se a receita deu certo com a GM, será
que outros a seguirão? É o que tudo indica. A Fiat deve estar se roendo de inveja, já que é preciso
somar as vendas do Idea (2 mil/mês) e do Doblò (1 mil/mês) para chegar perto da Spin. Imagine os custos
de produzir dois modelos diferentes, quase sem compartilhamento de peças, e vender menos que a Spin, que só
tem diferenças no sistema de fileiras de assentos.
Na Fiat brasileira, ninguém fala em novas gerações do Idea e do Doblò. Na Itália, o
Idea está dando lugar ao 500L, enquanto o Doblò está uma geração à frente do nosso
desde 2009. Logo, a substituição da dupla por apenas um inédito monovolume é uma boa aposta para
o pacote de novidades que a marca terá na futura fábrica pernambucana.
A Volkswagen também poderá
ter um modelo similar feito sobre a base do próximo Gol. A receita de perua da SpaceFox não está dando
tão certo quanto a novidade da GM. A média de vendas da Space é de apenas 2.250 unidades/mês, somando
a versão Cross. Pouco para o poder de fogo da rede VW, e levando-se em conta que a Parati já deixou de ser produzida
há algum tempo.
A Ford não pretende entrar nessa briga, e a Renault já desistiu de produzir aqui a minivan Lodgy, derivada da plataforma Logan/Sandero. Portanto, até que as duas grandes rivais (Fiat e VW) se mobilizem, a GM tem tudo para surfar nesse segmento com o fenômeno Spin, assim como a Ford fez por muitos anos com o EcoSport entre os jipinhos urbanos.
Fonte: Glauco Lucena, Autoesporte
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