Publicado em 08/02/2013
O faturamento da indústria cresceu 2,4% em 2012. Ainda assim, a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), deu um tom de frustração aos resultados alcançados no ano passado.
"Um ano perdido para a indústria de transformação" é o título que abre o documento. O argumento é que o dado positivo do faturamento foi provocado mais pela utilização dos estoques do que pela produção. Segundo a CNI, a capacidade instalada caiu para 80,9% em 2012, contra 81,4% no ano anterior, revelando uma indústria ociosa.
Também concorre para o pessimismo da CNI a diminuição em 1,5% no número de horas trabalhadas. Para completar, a massa salarial subiu 5,1%, o que aumenta o custo das empresas. O rendimento médio ALERTA real, que inclui, além do salário, participação nos lucros e outros ganhos do trabalhador, cresceu 5,3% em relação a 2011, mais que o dobro do faturamento.
Tudo isso somado a uma taxa de câmbio flutuando para baixo, as perspectivas da CNI para este ano são incertas. "Faz sentido a gente acreditar que a produção ao longo de 2013 comece a mostrar alguma recuperação", disse o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ao comentar que o ano passado foi marcado pelo ajuste de estoques e, agora, a tendência é que as máquinas voltem a funcionar em plenitude.
Por outro lado, ele ponderou que se a taxa de câmbio permanecer abaixo dos R$ 2,00, a indústria poderá voltar a sofrer com a concorrência externa. "Nossa expectativa era de que o dólar ficaria em R$ 2,10. Mas agora o câmbio passou a ser uma incógnita para nós", disse.
Fonte: Brasil Econômico - Brasil
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