Publicado em 31/01/2013
As adaptações feitas no Peugeot 208 para os mercados sul-americanos e as melhorias na fábrica de Porto Real (RJ) para construir o modelo consumiram R$ 800 milhões, parte considerável do programa de investimento planejado para o Brasil no período 2012-2015, no total de R$ 3,7 bilhões. Esses recursos já serviram também para a introdução do novo Citroën C3 na mesma linha de montagem, e ainda vão pagar a entrada em linha da primeira derivação do 208, o monovolume 2008, que começa a ser produzido na planta fluminense no início de 2014.
“A fábrica de Porto Real (RJ) é a única fora da Europa a fazer o 208, que trouxe consigo parte importante dos investimentos que estamos fazendo na planta”, destacou Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën na América Latina. Os aportes farão a capacidade produtiva aumentar das atuais 150 mil unidades/ano para 220 mil modelos Peugeot e Citroën. O 208 sozinho poderá responder por um quarto da produção.
Para fabricar o 208, a planta de Porto Real recebeu diversas melhorias e modernizações. A automação aumentou bastante com a chegada de 83 novos robôs. “Para fazer a junção das chapas superiores teto, que não tem guarnições, precisamos instalar modernas soldas a laser para fazer esse processo”, explica Ana Isabel Fernandes, que há um ano veio de Portugal, onde dirigia uma fábrica da PSA, para comandar o Centro de Produção de Porto Real (CPPR).
Em outro exemplo de automação, a diretora do CPPR cita a sofisticação produtiva para montar o teto de vidro do 208, chamado de Cielo. “Precisamos instalar uma nova ilha robotizada na linha de montagem final para esse processo de instalação”, conta ela. Além disso, todas as portas, capô e tampa traseira são produzidas por robôs.
Ana Isabel diz que a chegada de novos produtos à linha mudou bastante a logística interna da planta, que teve de ser redesenhada. A fábrica trabalha hoje com duas linhas de soldagem, duas de pintura e duas de montagem final, para fazer sete modelos: os Citroën C3, C3 Picasso e Aircross; e os Peugeot 207, 207 Passion, Hoggar e 208. Este ano a perua 207 SW saiu de linha e em 2014 começa a ser fabricado o crossover 2008.
Com os novos modelos que chegaram, também mudou a motorização. A fábrica de motores recebeu investimentos para ampliar a capacidade de 220 mil para 280 mil unidades/ano e agora produz três modelos: 1.4 8V (que só equipa o 207 hatchback) e os novos 1.5 8V e 1.6 16V – este último com sistema de pré-aquecimento que dispensa o uso do tanquinho de gasolina para partida a frio com etanol. Todos têm opção flex ou gasolina só para exportação.
Foi acelerado o crescimento da planta de Porto Real. “Quando a fábrica foi inaugurada, em 2001, a capacidade anual era de menos de 100 mil e naquele primeiro ano produzimos 50 mil carros”, lembra Ana Isabel. Só no fim da última década a linha atingiu o ritmo de 150 mil/ano, que este ano cresce para 220 mil.
Fonte: Pedro Kutney, Automotive Business
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