Publicado em 21/01/2013
Após cerca de quatro horas em reunião com representantes dos metalúrgicos e dos ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a General Motors admitiu nesta sexta-feira, 18, a possibilidade de rever a demissão de um excedente de 1.598 trabalhadores de sua fábrica de São José dos Campos (SP).
Em entrevista concedida ao fim do encontro, o diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan, cogitou a possibilidade de revisão das demissões se o sindicato apresentar novas propostas “dentro da flexibilização que a empresa deseja”. Essa “flexibilização” se traduz, por exemplo, na implantação de banco de horas e de uma nova grade salarial.
A próxima reunião entre montadora e sindicato ocorrerá nesta quarta-feira, 23. Dependendo das tratativas, um encontro derradeiro poderá ocorrer em 26 de janeiro, dia em que se encerra o lay-off, acordo que suspendeu temporariamente os contratos de trabalho de 940 funcionários. Eles são parte dos quase 1,6 mil trabalhadores que temem ser demitidos.
O restante permanece trabalhando no setor MVA, sigla de Montagem de Veículos Automotores. Até a metade de 2012, a seção produzia Corsa, Classic, Meriva e Zafira. Destes, só o Classic permanece em linha por ali, mas o carro também é feito em São Caetano do Sul e Rosário (Argentina), o que aumenta a insegurança dos metalúrgicos. Também em São José dos Campos, mas em outro setor, são montadas a S10 e a Trailblazer. Da fábrica saem ainda motores, kits para exportação, itens de plástico injetado e aço estampado.
Inconformado com a falta de avanços concretos até o momento, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região informa que vai pressionar o Governo Federal. Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que de agosto de 2011 a novembro de 2012, a GM fechou 1.297 postos de trabalho em São José dos Campos. No estudo ainda não estão incluídos os postos fechados pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV), iniciado em agosto de 2012.
O sindicato insiste em ser recebido pela presidente Dilma Rousseff. “Depois de todos os benefícios dados às montadoras, o mínimo que Dilma pode fazer é assinar uma medida provisória proibindo essas demissões”, afirmou o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros.
Na manhã desta sexta-feira, 4 mil trabalhadores do primeiro turno da GM de São José dos Campos realizaram paralisação de duas horas e protesto contra a ameaça de cortes em massa.
Fonte: Mário Curcio, Automotive Business
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