Publicado em 12/12/2012
A Toyota entregou 20 unidades do híbrido Prius para compor a frota de táxis da cidade de São Paulo na terça-feira, 11. A negociação resultou em investimento de R$ 2,4 milhões de 10 empresas do setor da cidade, cada uma delas comprou dois carros por R$ 120 mil cada um. A iniciativa é parte do projeto de táxis híbridos da prefeitura do município, determinado pela Portaria SMT 113/12, de junho deste ano.
A legislação determina que cada uma das 58 empresas de táxi da cidade pode obter cinco alvarás caso invista na aquisição de novos veículos, sendo dois deles híbridos ou elétricos, dois com motor flexível e um carro adaptado para portadores de deficiência. Dentro desse plano, estão previstos um total 116 táxis híbridos para a cidade, incluindo os 20 já entregues pela Toyota.
“É uma oportunidade importante de ampliação da frota”, avalia Ricardo Auriemma, presidente da Adetax, associação que reúne as empresas do segmento do município de São Paulo. Segundo ele, se não for assim, a única possibilidade para ampliar a frota de uma empresa é quando há fusão entre duas companhias que atuam no setor. “A venda de alvarás já existentes só é permitida entre taxistas autônomos”, explica. A entidade aponta que São Paulo conta com 33,7 mil táxis. Apenas 3,4 mil veículos deste total pertencem a pessoas jurídicas.
Os novos carros cobrarão a mesma tarifa dos táxis comuns, com bandeira inicial de R$ 4,50 mais R$ 2,50 por quilômetro rodado. Os veículos poderão ser identificados pelos grafismos externos. No lugar da faixa preta e amarela que distingue, os híbridos terão listra com as cores preta e verde.
Para concretizar a venda das primeiras 20 unidades, a Toyota teve como vantagem a possibilidade de atender os prazos. “Os primeiros veículos deveriam ser entregues até o fim deste ano, então antecipamos a importação do modelo, que só chegará às concessionárias no começo do ano que vem”, explica Roberto Braun, gerente de assuntos governamentais da montadora.
Os outros 96 táxis híbridos previstos para a cidade serão entregues até o fim de maio de 2013. As vendas ainda não foram fechadas, mas a Toyota larga na frente por já ser parceira do projeto. Um possível concorrente, o Ford Fusion Hybrid, tem a desvantagem de estar na mudança de geração. A nova versão do modelo só tem lançamento previsto para o País em abril, o que pode atrapalhar a negociação.
A Toyota destaca a ampla experiência na produção de modelos híbridos, com mais de quatro milhões carros com a tecnologia fabricados no mundo. "O Prius está em frotas de táxi de metrópoles como Nova York, Tóquio, Londres e Paris", aponta Braum.
O Prius promete redução de até 50% no consumo de combustível e nas emissões de CO2 na comparação com modelos com apenas motor a combustão 1.0. Com autonomia para rodar 25,5 quilômetros por litro de combustível, o modelo combina um propulsor a gasolina e um elétrico e tem tecnologias como sistema de recuperação de energia de frenagem.
Apesar de se enquadrarem na legislação, os carros elétricos não são uma opção tão viável para as empresas de táxis. Os principais entraves à evolução destes modelos no projeto são a autonomia menor, geralmente inferior a 200 quilômetros com uma carga da bateria, e a necessidade de uma nova estrutura de abastecimento.
Paralelamente, a prefeitura de São Paulo mantém um plano focado em táxis elétricos em parceria com a Nissan, com o modelo Leaf. O programa conta por enquanto com apenas dois carros com a tecnologia rodando na cidade. Esse número deve chegar a 10 veículos até o fim deste ano e subir para 15 unidades em 2013 (leia aqui).
As ações para incentivar a expansão da frota de veículos mais ecológicos integra a estratégia da prefeitura para diversificar as fontes de energia dos transportes nos próximos anos. Para o transporte público, a meta para é passar a utilizar apenas combustíveis renováveis a partir de 2018. Essa evolução começou com a Ecofrota, ônibus urbanos elétricos, ou movidos a etanol, biodiesel ou diesel de cana-de-açúcar. De 15 mil veículos em circulação na cidade, 1,8 mil deles já utiliza um destes combustíveis.
Fonte: Giovanna Riato, Automotive Business
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