Publicado em 06/12/2012
O mercado brasileiro de veículos deve crescer até 4% em 2013, previu nesta quarta-feira a quarta maior montadora do país, Ford, estimando que a indústria pode enfrentar problemas de capacidade ociosa diante de uma série de investimentos recentes em aumento de produção de marcas atuais e de novos entrantes.
"Esperamos que o mercado continue crescendo em 2013, mas isso vai depender do cenário macroeconômico e de
um ambiente de juros continuando em patamares baixos", disse o presidente da Ford para o Brasil, Steven Armstrong, a jornalistas.
Ford
prevê alta de até 4% no mercado de veículos do Brasil em 2013
Segundo ele, as vendas internas de veículos novos devem avançar de 2% a 4% em 2013, num ritmo menor que o previsto para este ano. A associação que representa as montadoras do país, Anfavea, estima crescimento de 4 a 5 por cento nos licenciamentos em 2012, para entre 3,77 milhões e 3,8 milhões de unidades.
"A competição está se intensificando e melhorando (seus produtos) a cada ano no Brasil, que é o quarto maior mercado do mundo", disse Armstrong, acrescentando que a companhia vai investir 4,5 bilhões de reais no país de 2012 a 2015.
Em 2013, a Ford deve fazer 18 lançamentos de veículos novos e versões de atuais no Brasil, após
15 em 2012.
A montadora norte-americana viu sua participação de mercado em automóveis e comerciais
leves ter ligeiro recuo no acumulado do ano até novembro, para 8,9 por cento, ante 9,2 por cento no mesmo período
de 2011, diante da estratégia de renovação de seus modelos para produtos globais que incluem o novo EcoSport,
desenvolvido no Brasil. Enquanto isso, a quinta colocada Renault avançou para 6,66 por cento de market share, de 5,58
por cento.
Em termos de vendas externas, Armstrong comentou que espera que a Ford Brasil apresente exportações estáveis
em 2013 ante este ano, em cerca de 60 mil veículos.
Cautela sobre 2013
Segundo o diretor de assuntos corporativos
da Ford, Rogelio Golfarb, a montadora encara 2013 com uma postura de "cautela", diante do crescimento mais lento do mercado
interno de veículos e dos planos de investimento em produção de uma série de marcas, incluindo
as chinesas Chery e JAC e a sul-coreana Hyundai.
"O Brasil tem risco de ter capacidade ociosa de produção (de veículos) já em 2013,", disse
Golfarb, acrescentando que o nível atual de ocupação da indústria automotiva é de cerca
de 85 por cento.
A capacidade de produção nacional hoje é de cerca de 4,5 milhões de veículos
por ano.
De olho num potencial de crescimento do mercado brasileiro para 6 milhões de unidades nos próximos
10 anos e com o novo regime automotivo que força um nível de produção local maior, várias
montadoras têm anunciado planos para novas fábricas ou ampliações de instalações
no país.
Golfarb afirmou que "não há dúvidas" de que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 terá expansão maior que 2012 e que a queda na taxa de básica de juros (Selic) ainda não teve tempo suficiente para ser refletida no crédito ao consumidor, algo que deve ocorrer no próximo ano e ajudar as vendas.
Ele evitou comentar se o governo poderá prorrogar para além de dezembro a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, estabelecida pelo governo em maio para ajudar as vendas da indústria.
Fonte: Reuters
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