Publicado em 20/11/2012
Sem alarde, a Delphi ampliou ainda mais no Mercosul a sua já expressiva participação de mercado no fornecimento de chicotes elétricos automotivos, que passa dos 50%. No início de setembro a empresa comprou a concorrente TCA, com fábrica em San Juan, na Argentina. Com a compra, a Delphi passa a contar na América do Sul com seis fábricas de sistemas eletroeletrônicos de distribuição de energia para veículos, das quais cinco no Brasil.
“A aquisição desta fábrica de chicotes elétricos amplia a capacidade de atendimento da Delphi no mercado argentino e à crescente localização de nossa base global de fornecedores”, informou a Delphi em nota oficial. A TCA pertencia ao Grupo Pescarmona, de capital argentino. Com 500 funcionários, a fábrica localizada na cidade de Santa Lucía é a terceira maior empregadora da província de San Juan, localizada no extremo oeste da Argentina, nos limites da fronteira com o Chile.
Segundo noticiou a imprensa local, a Delphi deverá fazer investimentos em modernização e recursos humanos na fábrica argentina, além de implantar seus próprios processos de produção, com o objetivo de ampliar o fornecimento de chicotes às montadoras instaladas no país vizinho – as mesmas que já são clientes no Brasil, onde são abastecidas pelas plantas instaladas em Itabirito, Paraisópolis, Jacutinga e Conceição dos Ouros, em Minas Gerais, e Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo.
Na Argentina a Delphi mantinha até agora só uma operação industrial, em Rio Grande, no extremo sul do país, onde produz sistemas de som automotivo.
O Grupo Pescarmona já havia vendido, em 2010, outra fábrica da TCA que mantinha no Brasil, instalada em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, capital pernambucana. Mas aqui a planta foi comprada pelo Grupo Fiat, em uma manobra para herdar incentivos fiscais que beneficiam a unidade de produção de veículos que está sendo construída em Goiana, ao norte do Estado.
Após a compra, a Fiat repassou o controle da TCA para sua divisão de autopeças, a Magneti Marelli, que até então não atuava na fabricação de chicotes elétricos e, assim, tornou-se uma concorrente da Delphi em mais um segmento. Quando assumiu a operação, no fim de 2010, a Marelli só tinha um cliente para os chicotes produzidos em Pernambuco: a Volkswagen, que usa o componente em um modelo antigo, o Gol geração 4, que tende a sair de linha nos próximos anos. Atualmente a fábrica opera em apenas um turno de oito horas, com 350 empregados. A produção deverá crescer para atender a própria Fiat, mas outros clientes não estão descartados.
Fonte: Pedro Kutney, Automotive Business
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