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Pesquisadores descobrem por acaso cola sustentável à base de bagaço da cana

Publicado em 30/07/2018

Cientistas descobriram recentemente, por acaso, que é possível elaborar uma cola sustentável a partir do bagaço de cana.

O produto é atóxico, já foi patenteado no Brasil e leva também materiais descartados por empresas de celulose.

Os três ingredientes básicos são nanocelulose, lignina e látex, a única matéria-prima não obtida a partir do reaproveitamento de rejeito industrial.

A nanocelulose utilizada na fórmula da nova cola vem do bagaço de cana e a lignina é encontrada em um resíduo de indústrias de papel.

Além da vantagem econômica e ecológica, a cola de bagaço de cana não contem solventes químicos derivados do petróleo.  Alguns inclusive são cancerígenos.

A pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, São Paulo, Rúbia Gouveia, destaca o caráter sustentável do estudo. Sonora: ?A gente trabalha nesse sentido de gerar esse valor agregado para um resíduo da agricultura que provavelmente poderia até ser descartado?.

A descoberta ocorreu acidentalmente durante estudo sobre reforço de materiais em que se identificou a propriedade pegajosa numa preparação com a nanocelulose.

O composto ficava grudado nos utensílios do laboratório, quando então surgiu a ideia de explorar esse potencial na área de substâncias adesivas, como conta Rúbia.

Sonora: ?A gente encontrou por acaso essa propriedade interessante e decidiu ir para essa parte de adesivos, daí preparar outras formulações, colocar outros aditivos com propriedades adesivas e aí a gente descobriu que tinha uma boa eficiência?.

O alto poder de aderência foi comprovado em papéis, madeiras e alumínio. Depois de adaptações na fórmula, será a vez dos testes com vidros e em temperaturas variadas.

De acordo com Rúbia, a cola é tão eficiente quanto outras do tipo branca, à base de PVA, disponíveis no mercado.

Além do uso comercial, doméstico e escolar, o produto tem aplicação industrial, por exemplo nos ramos automobilístico, de móveis, construção civil e de brinquedos.

O próximo objetivo da pesquisa é licenciar a tecnologia para produção em larga escala.

Fonte: EBC

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