O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 03/10/2017
A produção de algodão colorido orgânico do Assentamento Margarida Maria Alves, situado no município
de Juarez Távora, região Agreste da Paraíba, tornou-se uma referência para produtores do Brasil
e de diversos países da América Latina e do Caribe. Para sistematizar essa experiência e contribuir com
o compartilhamento desse sistema de produção, a Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e Agricultura (FAO) e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério
de Relações Exteriores (ABC/MRE) lançaram neste mês a publicação “Algodão Orgânico Colorido: Gerando renda e cidadania na agricultura
familiar do semiárido brasileiro”.
A obra integra uma série de ações do projeto Más
Algodón (Fortalecimento do Setor Algodoeiro por meio da Cooperação Sul-Sul), resultado de parcerias
trilaterais entre o governo brasileiro, a FAO e os governos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai,
Peru e Haiti, com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
“Esta publicação
faz parte de uma série de estudos que tem por objetivo identificar, sistematizar e difundir práticas e conhecimentos
relevantes para a agricultura familiar do setor algodoeiro nos países da América Latina e do Caribe. Sua finalidade
é compor um conjunto de aportes técnicos e didáticos que valorizem e ofereçam visibilidade às
experiências, técnicas e saberes que contribuem para a sustentabilidade de milhares de famílias agricultoras
e pequenos empreendedores rurais nesses países”, afirma a coordenadora regional de Projeto de Fortalecimento
do Setor Algodoeiro por meio da Cooperação Sul-Sul na FAO, Adriana Gregolin.
O material relata a
experiência de retomada do cultivo de algodão e a conversão ao sistema orgânico de produção
por agricultores familiares do assentamento Margarida Maria Alves. “Esta iniciativa pioneira no semiárido brasileiro
proporcionou respostas positivas aos desafios de produção, renda e associativismo enfrentados por essas famílias,
refletidas na organização e gestão da associação comunitária, na conscientização
ambiental, na adoção de práticas que possibilitam a convivência e o controle biológico de
pragas do algodoeiro e o melhor uso da água e do solo, como os fertilizantes orgânicos, a rotação
de culturas e o manejo integrado de pragas”, destaca a especialista em cooperação Sul-Sul e consultora
da FAO, Juliana Rossetto.
O estudo aponta ainda os resultados positivos sobre o cultivo de algodão em base
agroecológica de práticas de manejo adequadas ao perfil da agricultura familiar e ações efetivas
de pesquisa participativa e extensão rural. O acesso ao mercado justo, com inserção em um sistema orgânico
verticalizado que integra desde a produção até a indústria, no qual os agricultores pré-processam
o algodão na própria comunidade é outro fator de sucesso. “Nesse contexto, cabe destacar o papel
da Embrapa Algodão, que desde 2000 apoia a experiência dessas famílias agricultoras”, acrescenta
Rosseto.
Entre os impactos da produção do algodão colorido orgânico na comunidade são
destaque a geração de emprego e renda e a melhora da qualidade de vida das famílias. “A cultura
do algodão orgânico, quando interligada a uma cadeia que articula o produtor com o consumidor de produtos ecologicamente
corretos, pode ser uma boa alternativa para melhorar rendimentos, mesmo sem o uso de insumos químicos e na presença
de pragas e de risco climático”, diz a especialista da FAO.
Tramando e transformando: Justa Trama, a cadeia solidária do algodão agroecológico
Outra experiência sistematizada pela FAO como uma boa prática brasileira de cooperativismo na cadeia de valor
do algodão orgânico foi a da Rede Justa Trama. A rede é composta por oito empreendimentos – cooperativas,
associações e grupos de trabalhadores autogestionários –, distribuídos em diversas regiões
do Brasil, seguindo os princípios da economia solidária e do comércio justo. “A Justa Trama é
um caso de êxito na integração da cadeia de valor do algodão, desde o cultivo pela agricultura
familiar até o consumidor final, passando pelo beneficiamento, fiação, confecção e comercialização.
Os produtos finais são roupas e confecções produzidos com algodão orgânico naturalmente
colorido”, destaca.
Segunda ela, a rede trabalha comprometida com práticas de manejo ambientalmente
sustentáveis e que garantem as condições dignas do trabalho e a equidade de gênero. “A rede
foi capaz de gerar resultados brilhantes nesse sentido, com valorização do trabalho, resgate da autoestima,
qualificação profissional e melhoras na qualidade de vida de agricultores familiares e trabalhadores que dela
fazem parte”, diz.
As publicações estão disponíveis para download nos links:
Algodão Orgânico Colorido: Gerando renda e cidadania na agricultura
familiar do semiárido brasileiro
Tramando e transformando: Justa Trama, a cadeia solidária do algodão agroecológico
Fonte: Embrapa
Envie para um amigo