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Embrapa e UnB capacitam estudantes de pós-graduação em biotecnologia animal

Publicado em 29/09/2017

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) localizada em Brasília, DF, promove no período de 2 a 14 de outubro de 2017 o curso “Biotecnologia da Reprodução Animal” com o objetivo de atualizar estudantes de pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB) em conceitos básicos e aplicações de diversas técnicas de reprodução assistida. O curso é resultado do convênio entre a Embrapa e a Fundação Universidade de Brasília e vai capacitar 10 estudantes de pós-graduação na construção do conhecimento sobre as principais aplicações da reprodução assistida.

Coordenado pela pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Margot Dode, vai contar com aulas teóricas sobre conceitos básicos de fisiologia da reprodução da fêmea e macho bovino; procedimentos envolvidos e aplicações das biotécnicas de produção in vivo e in vitro de embriões; seleção e sincronização de doadoras e receptoras; coleta, sexagem e inovulação de embriões; micromanipulação de embriões; criopreservação de embriões e gametas; clonagem, isolamento e cultivo de folículos pré-antrais, produção de animais transgênicos, sexagem e avaliação in vitro de sêmen.

As aulas práticas abrangerão as técnicas de produção in vitro de embriões, criopreservação de embriões, clonagem e avaliação in vitro de sêmen.

Embrapa: expertise consolidada na área de biotecnologia animal

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia começou a investir em pesquisas de biotecnologia animal em meados da década de 1980 e hoje coleciona resultados positivos em prol da pecuária brasileira. O mais recente deles é a técnica denominada TIFOI (Transferência Intrafolicular de Ovócitos Imaturos). Lançada no final de 2016, esta biotécnica pioneira no Brasil e no mundo pode ser considerada a evolução da evolução em termos de genética animal porque representa um avanço em relação à técnica de fecundação in vitro (FIV), que era até então a mais moderna nesse campo.

A FIV é hoje a biotécnica mais utilizada para a multiplicação animal no Brasil, pela capacidade de aumentar o número de descendentes de uma vaca em menos tempo. Mas, segundo Margot, ainda enfrenta alguns problemas, especialmente em relação à qualidade dos embriões produzidos em condições de laboratório, que é inferior à dos embriões produzidos no organismo materno. Isso também os torna menos resistentes ao congelamento e, portanto, incapazes de manter a gestação.

A TIFOI apresenta todas as vantagens da FIV com um benefício adicional: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada. Os criadores podem obter os embriões com a mesma rapidez e agilidade, ou seja, em torno de um bezerro por semana a partir de uma única vaca doadora, sem precisar sair da sua fazenda.

O desenvolvimento da TIFOI é resultado de um conhecimento que vem sendo construído há cerca de três décadas pela equipe de biotecnologia animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Várias tecnologias de ponta vêm sendo dominadas e transferidas ao setor produtivo ao longo dos anos, como a própria FIV; produção, transferência e sexagem de embriões e a clonagem de bovinos, entre outras. Em relação à clonagem, vale lembrar que a Unidade da Embrapa também foi pioneira quando anunciou em 2001 o nascimento do primeiro clone bovino da América Latina: “Vitória da Embrapa” da raça Simental. O domínio dessa técnica resultou no nascimento de dois outros animais clonados: “Lenda da Embrapa” da raça Holandesa, em 2003, e “Porã” da raça Junqueira, em 2005.

Hoje, a equipe parte para novos desafios que se apresentam para a biotecnologia da reprodução animal em nível mundial: produzir animais transgênicos e formar gametas a partir de células-tronco.

Fonte: Embrapa

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