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Publicado em 28/08/2017
Responsável por 48% da colheita nacional e pela geração de 180 mil empregos diretos no país, o cooperativismo ganha cada vez mais destaque na produção de insumos no Brasil. Somente em 2016, as cooperativas arrecadaram U$ 5,14 bilhões com exportações – 39% desse valor, o equivalente a U$ 2,03 bilhões, foi movimentado por organizações paranaenses. A importância do sistema para o desenvolvimento do agronegócio nacional e os desafios do setor pautaram o último dia do 5º Fórum de Agricultura da América do Sul em Curitiba (PR).
“As cooperativas estão presentes em todo o processo agrícola. Hoje é impossível atingir os números da safra nacional sem essa participação”, afirmou o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas durante a programação. E para ampliar esses bons índices, o país deve criar um estratégia de integração social para o desenvolvimento do agronegócio, segundo o embaixador da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues. “A sociedade urbana precisa compreender que também tem responsabilidade no agronegócio para o Brasil conseguir essa meta”.
Para o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador do evento, Giovani Ferreira, os debates contribuíram para essa mudança de pensamento. “Nos dois dias de programação, mais de 500 pessoas acompanharam os 13 painéis temáticos, com 40 palestrantes de 10 países diferentes. Isso demonstra que o tema Sucessão, gestão e tecnologia não é uma preocupação só do meio rural, só da porteira para dentro. É uma preocupação urbana”.
Novos caminhos
O painel “Bioenergia e etanol de milho: demanda sustentável, diversificação e viabilidade” expôs novas alternativas para produção de energias renováveis. Segundo o gerente da CI Biogás Itaipu, Eduardo Trindade, após o boom do etanol produzido com cana-de-açúcar, chegou a hora de investir no combustível gerado a partir do milho. “A produção de etanol a partir de milho não resultaria na escassez do grão para alimentação animal (ração), nem humana e não teria impactos no preço da saca”, garantiu o gerente geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Purcino.
A logística para o agronegócio também esteve em pauta durante o segundo dia de evento. A técnica da Câmara Paraguaia de Exportadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), Sônia Tomassone, falou sobre as estratégias adotadas pelo país para escoar sua produção agrícola. Até 2002, o país utilizava o transporte pelo Porto de Paranaguá ou por portos argentinos, mas devido a bloqueios políticos, os paraguaios apostaram no modal hidroviário para transportar seus insumos. “A utilização das hidrovias e novas práticas agrícolas, tecnologia, plantio direto e outros fatores auxiliaram na mudança do panorama nacional. A produção nacional saltou de 3,5 mi de toneladas em 2000 para 10 mi de toneladas em 2016”.
Tecnologia
A discussão sobre a importância da tecnologia para a permanência e retorno do jovem ao campo e o papel das cooperativas neste cenário foi o foco do painel “América do Sul Rural: a sucessão como estratégia para o futuro”. “O desafio das empresas é descobrir e reinventar seus negócios frente a esta grande transformação do mercado e da tecnologia. A tecnologia não pode ser considerada um custo, mas sim como parte da estratégia como um todo”, afirmou o mediador da palestra, o presidente-executivo da consultoria especializada em estratégias de negócio e de tecnologia, SPRO IT Solutions, Almir Meinerz.
Esse será o tema da próxima edição do evento, que já tem data marcada: 23 e 24 de agosto
de 2018. O 6º Fórum de Agricultura da América do Sul tem como tema “O campo digital e conectado.
O grande desafio do Século 21”. Segundo Giovani Ferreira, a intenção é fomentar o debate
sobre o uso de novas ferramentas, como a Internet das Coisas, para ganhar produtividade. “Ou o campo incorpora tecnologia,
ou está fora do processo. Mas é preciso integrar essa tecnologia com inteligência”, destacou.
Fonte: Centro de Comunicação
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