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Novo produto de empresa paranaense foi vencedor do FI Innovation Awards 2017

Publicado em 23/08/2017

A Novozymes desenvolve uma enzima capaz de produzir alimentos zero lactose

A Novozymes, empresa dinamarquesa com fábricas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), desenvolveu uma nova geração de enzima capaz de produzir alimentos zero lactose. Chamada de Saphera, a nova lactase é produzida a partir de bacilos e torna mais eficiente a produção de leites e derivados considerados zero lactose. O produto começou a ser vendido no Brasil neste ano e foi eleito o ingrediente mais inovador da indústria alimentícia, durante o FI Innovation Awards 2017.

A Saphera é uma enzima (lactase) capaz de alcançar de maneira mais eficiente o índice residual de lactose (açúcar presente no leite e derivados) de 0,01%. Esse índice residual é o máximo permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um produto ser considerado zero lactose. Os produtos zero lactose são indicados, principalmente, a intolerantes à lactose ou pessoas que preferem consumir menos açúcar.

A sua principal diferença em relação aos concorrentes está na matéria-prima. A Saphera é produzida a partir de bacilos, enquanto as outras fabricantes usam leveduras. A fórmula demorou de cinco a sete anos para ser desenvolvida e envolveu cientistas dos diversos centro de pesquisa da Novozymes no mundo, incluindo a unidade de Araucária, na RMC, que conta com 40 profissionais. 

A lactase produzida a partir de bacilos tem a vantagem de ser mais eficiente do que a feita a partir de leveduras, segundo Fabricio Leal Rocha, gerente de marketing para o setor de alimentos da Novozymes. Ele explica que a Saphera consegue chegar mais rápido ao limite máximo de lactase de 0,01% e garante esse nível durante todo o processo de produção dos leites e derivados. Também consegue entregar um produto mais saboroso.

Outra vantagem da Saphera, considerada um produto de segunda geração pela Novozymes, é que ela pode ser aplicada em diversos derivados do leite, como sorvete, iogurte, queijo, doce de leite e achocolatado, além do próprio leite em pó e líquido. A primeira geração de lactase da Novozymes, produzida a partir de leveduras, tinha atuação restrita ao leite e a poucos derivados. O mesmo acontece com alguns concorrentes. 

O produto começou a ser vendido para as indústrias no Brasil em maio deste ano. No mundo, já estava disponível para cerca de 160 países. A Anvisa foi uma da últimas agências a aprovar a comercialização da Saphera. 

E, apesar de ainda estar sendo incorporado pela indústria local, a Saphera já é destaque em inovação. A enzima foi eleita a mais inovadora na categoria “ingrediente funcional mais inovador” do FI Innovation Awards 2017, a maior premiação da indústria alimentícia do Brasil. A premiação aconteceu na noite do dia 22/08.

Veja os outros produtos que concorreram ao prêmio: Edição 2017 do Food Ingredients Innovation Awards é marcada por saudabilidade e praticidade

Produção

Toda a produção da Saphera no Brasil é feita na fábrica da Novozymes em Araucária. O processo pode demorar até sete dias e envolve diversas etapas, como tanques de armazenamento e crescimento. 

A Novozymes produz, ainda, enzimas e micro-organismos para produção de etanol, produtos de limpeza, tecidos e outros alimentos que não são  derivados do leite. A fábrica de Araucária faz enzimas, enquanto a unidade de Quatro Barras, também na RMC, faz inoculantes, micro-organismos conhecidos popularmente como fertilizantes biológicos. 

No Brasil, as enzimas para produção de detergente e alimentos são o carro-chefe da empresa. Além de vender seus produtos para clientes que vão desde grandes indústrias, como Unilever, a pequenas padarias, a Novozymes presta suporte aos clientes na adoção de seus produtos. Normalmente, quando uma fábrica compra uma nova enzima, ela precisa adaptar a sua linha de produção. 

A companhia tem 48% de market share no mundo e investe, anualmente, 13% do seu faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). É considera uma das 100 indústrias mais inovadoras do mundo pela Forbes.

Fonte: Gazeta do Povo

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