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Publicado em 12/07/2017
Aumentar de 45 para 100 o número de famílias de produtores rurais que cultivam hortaliças no sistema
orgânico no Norte Pioneiro – o que fará a produção mensal saltar 40 para 100 toneladas. Esta
é a meta da Emater e da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento para o fim de 2018.
Como parte da estratégia para atingir esse objetivo, os técnicos do Instituto promoveram no dia 11 de Julho,
em Uraí, um dia de campo sobre olericultura orgânica, com a participação de cerca de 300 produtores
da região.
O evento técnico tratou de quatro temas, cada um deles em uma propriedade rural
diferente atendida pela Emater, na comunidade Kaikan: Manejo e conservação do solo e da água no sistema
orgânico; Certificação da produção orgânica; Manejo orgânico de pragas e doenças;
e Comercialização de olerícolas orgânicas.
TRAJETÓRIA - A Emater orienta
os produtores da microrregião de Uraí para a produção de hortaliças orgânicas desde
1999. A engenheira agrônoma Ernestina Izumi Muruoka, responsável pelo atendimento técnico de campo às
famílias, explica que até aquela data predominava o cultivo de algodão e café com o uso de agrotóxicos
e adubos químicos, com até 67 aplicações de venenos por safra.
"Havia apenas
35 plantadores de hortaliças explorando uma área de seis hectares, também no sistema convencional". Ela
conta que eram comum os casos de intoxicação dos agricultores por veneno e a consequente diminuição
da expectativa de vida dos moradores do campo.
Ela diz que a primeira medida para enfrentar aquela situação
e viabilizar a produção orgânica com certificação foi organizar os produtores em torno de
uma associação informal que fazia reuniões mensais, sempre na casa de um agricultor membro do grupo,
para tratar das técnicas de produção, de como fazer a transição do sistema convencional
para o orgânico e saídas para conquistar a certificação.
O projeto deslanchou
a partir de 2004, quando a empresa Rio de Una Alimentos, de São José dos Pinhais, mostrou interesse na compra
de toda a produção orgânica de hortaliças.
"A parceria entre produtores rurais
e a indústria foi estabelecida através de reuniões com a participação da Emater. Durante
os encontros foram realizados o planejamento do volume e do mix (baseado na produção de tomate) a ser entregue
e as respectivas épocas”, explica Ernestina. Ela acrescenta que o acompanhamento deste processo ocorria através
de visitas quinzenais pela Emater junto aos produtores que participavam do processo de comercialização.
A extensionista da Emater conta que, junto com as ações que viabilizavam a comercialização,
aconteceu o processo de capacitação técnica dos agricultores através de cursos de boas práticas
agrícolas e implantação de unidades de referência, propriedades consideradas modelo na aplicação
de determinada tecnologia.
"Além da capacitação dos produtores e da implantação
de novas práticas de manejo que possibilitaram produzir mais e com mais qualidade, a certificação e o
capricho na embalagem tornaram ainda mais atraentes os produtos aos consumidores. A certificação, realizada
pela Instituto Biodinâmico e o Tecpar, dá garantia de que o alimento está em acordo com as técnicas
e exigências da produção orgânica”, disse a extensionista. Já a seleção
e padronização do produto e sua embalagem agregam valor para cada unidade ou quilo de hortaliça comercializados.
ALÉM DA RENDA - As famílias atendidas pela Emater neste projeto cultivam áreas que vão
de 1,5 mil metros quadrados até seis hectares, ou 60 mil metros quadrados. A renda líquida mensal obtida pelos
produtores fica entre R$ 3,5 mil e R$ 25 mil.
"Além dos ganhos econômicos, é importante
destacar os benefícios sociais e ambientais do trabalho. Temos maior participação das mulheres na gestão
dos negócios, oito entre o total, e a permanência dos jovens no campo. Treze deles, neste período, assumiram
liderança na condução dos empreendimentos de seus pais. Todas as propriedades também possuem áreas
de preservação permanente constituídas e outorga da água".
As colheitas agora
ganham novos destinos. Além de Curitiba, as hortaliças orgânicas abastecem mercados de Cornélio
Procópio, Londrina, São Sebastião da Amoreira e a Ceagesp, de São Paulo.
No
dia de Campo, duas novas empresas interessadas em comprar a produção dos agricultores (Supermercados Muffato
e Horti Prime, de Londrina) enviaram representantes comerciais para conhecer a ação das famílias da região
de Uraí.
Além do município de Uraí, a microrregião onde acontece o projeto
abrange Rancho Alegre, Jataizinho, São Sebastião da Amoreira, Congonhinhas, Cornélio Procópio,
Santa Mariana, Ibiporã e Londrina.
DIA DE CAMPO - A ação tem o apoio dos programas
Pró-Rural e Microbacias, do Governo do Estado, e conta com a parceria do Banco do Brasil, cooperativa Integrada, Rio
de Una, Orion Seeds, Sindicato Rural de Uraí, Prefeituras e Cacol.
Fonte: AEN - PR
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