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Publicado em 06/07/2017
Plantar as sementes e esperar que o tempo e a terra façam o resto do trabalho. É assim a rotina do seu Clodoaldo e da esposa dele, a dona Terezinha, que são donos de uma propriedade rural localizada no município de Candói, a 63 quilômetros de Guarapuava. A família, que já cultiva vários tipos de hortaliças, agora investe na produção de morangos e uvas. Com um detalhe: aqui, tudo é orgânico. “Como a nossa propriedade é pequena a gente está tentando diversificar, isso porque diversificar é a maneira da gente conseguir viver no meio rural”, conta o produtor rural Clodoaldo Pereira de Lima.
Os produtos que saem do sítio do seu Clodoaldo têm o selo que atesta a produção sem a utilização de agrotóxicos. Ele conseguiu o atestado através do Programa Paranaense de Certificação Orgânica, desenvolvido em parceria pelas universidades estaduais do Paraná, pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), e pela Seti (Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior). A Unicentro é uma das instituições que auxiliam pequenos agricultores, como o seu Clodoaldo, que buscam a certificação.
“Nós damos assistência à produtores rurais, agricultura familiar para que ele possa certificar como orgânica a sua produção. Basicamente, mostramos como colocar em prática o que a legislação impõe para que a gente possa certificar”, explica o coordenador do Núcleo de Certificação de Guarapuava, professor Jackson Kaeakami, do Departamento de Agronomia.
A Unicentro é a responsável pela certificação de orgânicos em 49 municípios da região. Para isso, a Universidade conta com uma equipe, que vai até as propriedade para dar suporte aos produtores. “Fazemos a adequação da propriedade, do produtor, para que ele se adeque à legislação e, se tudo der certo, nós marcamos uma auditoria. E se o auditor vier e estiver tudo certo, então, é emitido um certificado para que o produtor possa utilizar o selo de certificação orgânica”, detalha Kawakami.
Quem também conseguiu o selo, recentemente, foi a dona Tereza Hauber, de Cantagalo. No sítio da família dela, o cuidado com a produção é passado de geração em geração. Atualmente, é a filha dela, a Ana, quem administra a propriedade, mas os ensinamentos da vida no campo começaram cedo, com a mãe. “Eu aprendi isso com a minha mãe, que sempre trabalhou com os produtos orgânicos. Nós moramos sempre na lavoura e produzimos sempre o orgânico, fazia o possível para não colocar veneno”, explica Tereza.
Nem é preciso dizer que a alimentação da família é saudável. As verduras que saem fresquinhas do quintal fazem parte do cardápio de todos os dias e ainda trazem renda extra para a família. “Muita coisa a gente consegue ter soberania e segurança alimentar a partir do momento que a gente tem uma produção diversificada e livre de contaminantes. Essa produção é para o nosso autosustento e também é uma possibilidade de gerar uma renda”, conta Ana.
A certificação orgânica garante ao produtor mais lucro na hora da venda. O valor agregado pode chegar
a 30% mais em relação aos produtos convencionais. E quem também se beneficia é o consumidor que
tem a garantia de levar para a casa um produto 100% livre de agrotóxicos. “A nossa preocupação
é saber o que a gente consome, saber o que a gente vai oferecer daqui pra frente e até para o próprio
consumidor ter uma certeza daquilo que está consumindo e saber que vale a pena optar para o lado do produto orgânico”,
finaliza Clodoaldo.
Fonte: Rede Sul Notícias
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