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Criador do termo "biofortificação" fala sobre a importância do Brasil no combate a fome oculta

Publicado em 12/06/2017

O pesquisador participou da Reunião Anual do PCCMCA em El Salvador

Steve Beebe é pesquisador no Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e também uma das maiores autoridades no que diz respeito ao melhoramento de feijões. Após sua apresentação na LXII Reunião Anual do Programa Cooperativo Centroamericano para Melhoramento de Cultivos e Animais (PCCMCA), em El Salvador, ele comentou sobre o importante papel que o Brasil vem exercendo não só na América Latina, mas em todo o mundo.

“O modelo de trabalho no Brasil, que se aproxima da cesta básica de alimentos de determinada população, é admirável. Tudo fica ainda mais especial, quando estamos falando de um país que é um dos maiores produtores de feijões, tanto em termos de área plantada quanto de área colhida.” Beebe, que também atua junto do programa de pesquisa HarvestPlus, mostra otimismo em relação aos hábitos alimentares brasileiros. “Nos países desenvolvidos, as pessoas tendem a comer menos legumes, porém esse não é o caso no Brasil conforme o vemos se desenvolvendo. O país continua com uma boa dieta, o que é muito bom no longo prazo.”

O pesquisador lembra como os alimentos biofortificados têm sido um diferencial para o auxílio nutricional às crianças, principalmente, àquelas menores de dois anos de idade. Ele contou um pouco sobre o raciocínio utilizado na pesquisa, que dá importância aos primeiros mil dias de vida. “Esse período, que vai até os dois anos de idade, é crítico para o desenvolvimento do ser humano e, então, extremamente importante que nós sejamos capazes de suprir as gestantes e os recém-nascidos com os nutrientes necessários.” Aponta o melhorista.

Em determinado momento do evento, ele aproveitou e contou como curiosidade a origem do nome “biofortificação”. “Eu estava com representantes da Fundação Bill e Melinda Gates e nós conversávamos sobre essa ideia, o conceito de aumentar os níveis de micronutrientes em cultivos básicos para a alimentação. Para explicar isso eu disse que seria como a fortificação, só que por meio de melhoramento convencional, podendo assim ser chamada de biofortificação.” Conclui Steve Beebe.

Realizado no período de 16 a 19 de maio, o PCCMCA 2017 reuniu aproximadamente 350 pesquisadores e contou com uma gama de apresentações e mesas de trabalho focadas em biofortificação. Os resultados alcançados no Brasil foram expostos por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que estavam representando o HarvestPlus America Latina e Caribe. Guilherme Abreu (Embrapa Cocais), Marília Nutti (Embrapa Agroindústria de Alimentos), José Luiz Viana de Carvalho (Embrapa Agroindústria de Alimentos) e Paulo Evaristo Guimarães (Embrapa Milho e Sorgo) explicaram o andamento das pesquisas de melhoramento de arroz e milho, assim como o fortalecimento nos esforços de transferência de tecnologia, que cada vez mais vêm encontrando espaço nos estados do Maranhão e Piauí.

O PCCMCA 2017 é uma realização do Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária e Florestal “Enrique Álvarez Córdova” (CENTA), de El Salvador.

Fonte: Embrapa  - (Raphael Marques da Silva - Rede Biofort)

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