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Embrapa e empresas privadas lançam publicação "ILPF em Números"

Publicado em 10/03/2017

A Rede de Fomento ILPF acaba de lançar a publicação “ILPF em Números”, que propõe acelerar a adoção dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária‑Floresta, visando à intensificação sustentável da agricultura brasileira. A iniciativa é resultado da parceria público-privada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, a Dow AgroSciences, a John Deere, a Parker e a Syngenta.

clique para ampliar (Foto: Divulgação)

A pesquisa teve como objetivos determinar a linha de base da adoção de sistemas ILPF no Brasil e buscar informações complementares para apoiar ações estratégicas para a transferência de tecnologia.

O material reúne dados obtidos pela pesquisa encomendada pela Rede de Fomento ILPF e realizada pelo Kleffmann Group em 2016. Informações gerais sobre a ILPF, sobre os benefícios de seu uso e sobre o trabalho de transferência de tecnologia desenvolvido pela Rede também são abordados.

Segundo o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Ladislau Skorupa, o resultado final da pesquisa apontou a área de adoção de sistemas ILPF no Brasil de 11,5 milhões de hectares.

“Os Estados que se destacam em área são Mato Grosso do Sul (2 milhões de hectares); Mato Grosso (1,5 milhão); Rio Grande do Sul (1,4 milhão); Minas Gerais (1 milhão)”, cita ele, informando que as culturas selecionadas para a pesquisa foram a soja e o milho verão, sendo que ao todo foram realizadas em torno de oito mil entrevistas.

“O universo amostral da pesquisa levou em consideração o ponto de vista do produtor de grãos, que agrega ou pode agregar a atividade pecuária em sua propriedade (ou também da produção florestal) e o ponto de vista do pecuarista de bovinos (de corte e de leite), que agrega ou pode agregar a produção de grãos em sua propriedade (ou também da produção florestal)”, explica.

Entre as informações disponíveis estão a área ocupada pelos sistemas de ILPF no país e em cada estado, o percentual adotado de cada configuração e a estimativa de crescimento da adoção da tecnologia. O material ainda traz a estimativa de sequestro de CO2 pela ILPF e a projeção para os próximos anos.

De acordo com o pesquisador, além da estimativa de adoção em hectares para o ano agrícola 2015/2016, a pesquisa também buscou informações junto aos entrevistados sobre a época em que ocorreu a adoção.

INCREMENTO

Segundo a pesquisa, a adoção de sistemas ILPF no Brasil têm conseguido forte incremento nos últimos anos.

“Embora haja imprecisões nesses dados, uma vez que as respostas foram espontâneas, essa é a melhor informação disponível”, salienta e acrescenta que a estimativa é de incremento médio de 10% nos últimos cinco anos entre os pecuaristas e de 4% entre os produtores de grãos.

Com base nessas estimativas, nos últimos 5 anos, a adoção de sistemas ILPF no Brasil foi da ordem de 5,96 milhões de hectares, com uma estimativa de sequestro de 21,8 milhões de Mg de CO2eq.

“Com isso, a meta do Plano ABC de incrementar 4 milhões de ha até 2020 já terá sido cumprida”, prevê Skorupa.

ABRANGÊNCIA

Em um primeiro momento a publicação ILPF em Números contém apenas os dados gerais do Brasil. Uma segunda fase, já em andamento, o material será incrementado com informações específicas de cada região do país.

“A expectativa é de que até o meio do ano todas as sete regiões do projeto TT ILPF contem com versões locais para serem utilizadas em eventos, capacitações e em outras atividades de transferência de tecnologia em ILPF”, prevê Skorupa.

TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL

Conforme o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma tecnologia voltada para a produção sustentável, que integra as possíveis combinações das atividades agrícolas, pecuárias e florestais realizadas em áreas comuns, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, e que busca intensificar e compartilhar os benefícios gerados pelas diferentes atividades.

Conforme explica, é importante destacar que a introdução do componente florestal é opcional, e dependerá do interesse do produtor em garantir uma pequena produção de madeira para fins diversos, ou como fonte de sombreamento para os animais na fase de pecuária.

“Exemplo disso é que o produtor pode optar por conduzir o seu sistema indefinidamente apenas com os componentes lavoura e pecuária (ILP) na mesma área. Esta é a modalidade mais comum da estratégia ILPF”, informa Skorupa.

Segundo o pesquisador, a ILPF pode ser utilizada de diferentes formas, com inúmeras culturas e diversas espécies animais, adequando-se às características regionais, às condições climáticas, ao mercado local e ao perfil do produtor. “É uma estratégia que pode ser adotada por pequenos, médios e grandes produtores”, diz.

MODALIDADES

As modalidades de adoção da ILPF são as seguintes: Integração Lavoura-pecuária (ILP), Agropastoril; Integração Lavoura-pecuária (ILP), Agropastoril, Integração Pecuária-floresta (IPF), Silvipastoril e Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF), Agrossilvipastoril.

“Dentre as quatro modalidades de sistemas de integração, a integração lavoura-pecuária (ILP) é a mais adotada pelos produtores (83%), seguida por integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) com 9%; integração pecuária-floresta (IPF) com 7% e integração lavoura-floresta (ILF) com 1%”, ressalta o pesquisador.

A REDE

Atualmente a Rede de Fomento ILPF apoia um projeto de transferência de tecnologia em ILPF da Embrapa, do qual integra 97 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) distribuídas em todos os biomas brasileiros, envolvendo 19 Centros de Pesquisa da Embrapa.

“As URTs são áreas onde os sistemas ILPF são implantados, geralmente em propriedades privadas, as quais são acompanhadas do ponto de vista técnico e utilizadas como instrumentos de aprendizagem em processos de capacitação de produtores, agentes públicos de assistência técnica e extensão rural e consultores privados”, explica Skorupa.

O pesquisador acrescenta que as ações de transferência de tecnologia envolvem a realização de cursos e dias de campo: “Em muitos Estados, o processo de capacitação tem ocorrido de maneira continuada, sendo realizados dois a três módulos por ano visando ao aprimoramento da formação”.

Fonte: SNA/SP

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