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Publicado em 10/03/2017
Está disponível para download o Inventário de Recursos Genéticos Animais, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O documento é um amplo acervo de informações genéticas e comportamentais de bovinos, caprinos, suínos, equinos e ovinos que se desenvolveram a partir de raças trazidas para o país logo após a chegada dos primeiros colonizadores europeus. Essas raças, com características de rusticidade e adaptabilidade desenvolvidas ao longo desses cinco séculos, contribuíram para a formação do rebanho comercial brasileiro e hoje correm risco de extinção e descaracterização.
Nas 108 páginas do inventário, os leitores encontrarão um breve perfil histórico de 29 espécies, entre elas o cavalo pantaneiro, originário dos cavalos ibéricos trazidos ao Brasil na época da colonização; a ovelha crioula, introduzida no Rio Grande do Sul pelos jesuítas durante o século XVII; e o búfalo baio, que chegou ao país em 1962.
Para evitar a perda desse rico material genético, a Embrapa mantém três estratégias de preservação: in situ, ex situ in vitro e ex situ in vivo.
No primeiro modelo, in situ, as raças são preservadas em seu local de origem. Para isso, a Embrapa mantém núcleos de conservação espalhados por todo o território nacional, garantindo assim a preservação do animal em ambientes nos quais já estão adaptados.
Dos animais mantidos nesses núcleos, é extraído o material (sêmen, embriões, amostras de DNA e tecidos) que garante a preservação ex situ in vitro. Todo esse recurso é armazenado em dois bancos, o Banco Brasileiro de Germoplasma Animal, que mantém 95.927 doses de sêmen e 451 embriões, e o Banco de DNA e Tecidos Animais da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, onde estão guardadas 11.850 amostras de DNA e tecidos de 87 raças.
Para a conservação ex situ in vivo, a Embrapa mantém no Campo Experimental Fazenda Sucupira, no Distrito Federal, 175 exemplares de animais das principais raças conservadas nos diversos núcleos. Além de servirem de fonte de material genético, esses animais são utilizados em programas de conscientização da sociedade sobre a importância de preservação desses recursos. Por manter exemplares de raças raras, o local foi apelidado pela população local de Arca de Noé.
“Trata-se de um universo de diversidade genética desconhecido de muitos, mas que representa a base da formação dos rebanhos comerciais brasileiros”, disse Maria do Socorro Maués, uma das editoras da obra e pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia à Agência Embrapa de Notícias.
O inventário, que também traz informações sobre algumas espécies de abelhas e peixes, é resultado do trabalho de conservação de recursos genéticos animais mantidos pela Embrapa desde a década de 1980. Ele foi elaborado a partir de relatos dos curadores dos núcleos de conservação que a empresa mantém no país.
Mais informações estão disponíveis em https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/19436764/embrapa-publica-inventario-de-recursos-geneticos-animais?link=agencia
Fonte: Agência Fapesp
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