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Publicado em 16/11/2016
O Paraná é o primeiro Estado do Brasil a fiscalizar a quantidade de agrotóxicos em produtos vegetais e a interditar os contaminados. A testagem de resíduos em alimentos pelo Laboratório Central (Lacen-Pr) iniciou neste mês.
“O Brasil é o País que mais utiliza agrotóxicos no mundo e isso só tem aumentado. Cada brasileiro consome uma média de cinco litros por ano por meio dos alimentos com esses resíduos. É inadmissível que tenhamos produtos acima do limite permitido na mesa dos paranaenses”, afirma o chefe da Vigilância Sanitária Estadual, Paulo Costa Santana.
De acordo com o gerente de pós-registro da Gerência-Geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), Bruno Gonçalves Araújo Rios, o Paraná é destaque no cenário
nacional. “É uma preocupação da Anvisa reduzir a quantidade de agrotóxicos nos alimentos
do brasileiro e, conhecendo as ações do Estado, é fácil perceber que o Paraná está
à frente no que diz respeito ao controle, monitoramento e fiscalização desses produtos”, fala.
As novas ações foram apresentadas no V Seminário do Programa de Análise de Resíduos
de Agrotóxicos em Alimentos, em Curitiba no final de Outubro. Além de representantes federais, o ciclo de debates
também contou com participantes do Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
São Paulo.
“Nós, da Anvisa, contamos com o trabalho dos estados para controlar a utilização
dos agrotóxicos no País. É importante conhecer de perto o trabalho realizado aqui, coletar informações
para ter embasamento e incentivar que outros lugares sigam o mesmo caminho do Paraná”, destacou Rios.
MONITORAMENTO – Para direcionar as análises fiscais feitas pelo Lacen, há monitoramentos periódicos
em vegetais comercializados nas cinco Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) - em Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu,
Londrina e Maringá.
No último monitoramento, feito no período de março a julho
de 2016, foram analisadas 135 amostras de hortaliças e 44 tiveram resultados insatisfatórios, ou seja, apresentaram
uma quantidade de agrotóxicos acima do autorizado ou foram constatados resíduos de produtos não autorizados
para aquele tipo de vegetal. Entre os piores resultados, estão o morango e o pimentão.
As
44 marcas irregulares serão as primeiras e fazer parte da rotina de análises do Laboratório Central.
Serão, em média, dois testes por semana para verificar se os produtores já se adequaram às normas
estabelecidas pela Anvisa. Os resultados levarão menos de uma semana para ficar prontos.
“Mesmo
se tratando de perecíveis, essa agilidade na análise faz com que o produto irregular ainda esteja sendo comercializado
ou disponível para consumo quando os resultados forem divulgados, dando a possibilidade das pessoas se protegerem e
não utilizarem o mesmo”, detalha o chefe Vigilância Sanitária Estadual.
Segundo
Santana, o consumo desses alimentos não causa intoxicações logo após a ingestão. Entretanto,
o consumo excessivo de agrotóxicos por causar, em longo prazo, doenças crônicas, como o câncer.
ROTULAGEM – Para facilitar o monitoramento, a fiscalização e a rastreabilidade dos alimentos,
a Secretaria da Saúde elaborou uma resolução que determina que todos os produtos de origem vegetal sejam
identificados. Com o projeto, tornou-se obrigatória a colocação de rótulos em produtos hortifruti
produzidos, embalados, distribuídos ou comercializados no Paraná.
“Quando um vegetal
apresentava resíduos de agrotóxicos acima do permitido a maior dificuldade era identificar a origem desse produto.
Até a criação da resolução, os alimentos não tinham rótulos com informações
como nome e endereço do produtor, o que passou a ser obrigatório desde julho de 2016 e facilitou o trabalho
da Vigilância Sanitária”, diz Santana.
Fonte: AEN PR
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