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Publicado em 01/09/2016
Com o índice de brasileiros acima do peso em crescimento no país – mais da metade da população está nessa categoria (52,5%), segundo o Ministério da Saúde –, a busca por uma alimentação mais saudável e com menos gorduras tem sido um desafio. De acordo com a professora de Engenharia de Alimentos da UFRGS Roberta Silveira Thys, há uma tendência mundial que procura reduzir o teor de gordura e de aditivos químicos nos alimentos para torná-los mais funcionais. Por outro lado, as indústrias brasileiras registram um enorme descarte de resíduos alimentícios, muitas vezes, com grande potencial de nutrientes: “A indústria de suco de laranja, no Brasil, abastece quase todos os países, então tu imaginas a quantidade de casca que sobra disso?”, questiona Roberta.
Reunindo essas questões, a engenheira de alimentos Liana Stoll desenvolveu, como trabalho de conclusão de curso, a pesquisa Utilização de fibra de laranja como substituto de gordura em pão de forma, orientada por Roberta Thys e coorientada por Simone Flôres. “A gente sabe que existem diversos processos industriais que geram subprodutos e que, às vezes, eles são utilizados para adubo, sendo que não possuem propriedades para isso”, conta Liana.
A partir de resíduos doados por uma empresa de sucos e de um processo de pó de casca de laranja desenvolvido em trabalho de mestrado do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos (ICTA), Liana aplicou essa fibra pronta em pães de forma para verificar se o pão do qual foi retirada a gordura ficava com características similares às do pão comum. “Percebemos que, a partir de certa quantidade, esse pão ficava com um gosto muito amargo, então a gente trabalhou com uma faixa limite para evitar o sabor residual”, explica. Para evitar a redução do volume do pão, a adição da fibra de laranja foi combinada ao uso de α-amilase – uma enzima natural da farinha de trigo que serve para quebrar o carboidrato, transformando-o no açúcar gerador da levedura que vai dar o volume adequado. “Nós já sabíamos também que essa fibra em pó tinha um potencial para substituir a gordura, reter a água, o que permite a maciez, porque pão sem gordura normalmente é duro”, observa Roberta.
Confira a matéria completa no UFRGS Ciência.
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