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Publicado em 13/05/2016
Com o desemprego subindo e a inflação em alta corroendo o poder de compra das famílias, os supermercados fecharam 2015 com queda real no faturamento e não esperam um cenário diferente para 2016. Porém, mesmo em meio à crise, uma categoria se destaca na ponta positiva: os alimentos com apelo mais saudável.
Segundo pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS), realizada em parceria com as empresas Nielsen e Kantar Worldpanel, a preocupação dos consumidores brasileiros com a saúde vem crescendo, motivando uma queda nas vendas de produtos como refrigerantes e margarinas, ao mesmo tempo que itens como água de coco e cream cheese cresceram.
Nesse cenário, muitas marcas têm investido forte em itens voltados para alimentação saudável,
como alimentos com menos gordura, açúcar, sódio, com ingredientes orgânicos ou integrais. A aposta
do setor é que a demanda mais alta por esse tipo de produtos não seja passageira.
“É
um mercado crescente, não é moda. As pessoas estão buscando cada vez mais esse tipo de produto porque
sentem a diferença que faz na saúde, qualidade de vida”, diz Samuel Ma, diretor de marketing da NHD Foods.
A empresa, dona de duas marcas de produtos alimentícios voltadas a alimentação saudável, existe desde 2003. Ma conta que o mercado vem crescendo, mas a concorrência também. “Lançamos por exemplo novas embalagens, para nos reinventarmos por causa do surgimento de mais competidores”.
Uma das marcas da NHD Foods é a Good Soy, com a proposta de oferecer guloseimas saudáveis. Entre os produtos sem glúten nem lactose estão snacks de bacon, queijo e outros sabores com sal light e sem gordura trans, além de cookies e brownies de chocolate feito com soja não transgênica. A outra marca da empresa é a Believe, com as mesmas características, porém mais voltada ao público celíaco (pessoas com intolerância ao glúten).
Maria Alice Narloch, da área de desenvolvimento de produtos da Banana Brasil Cauí, também afirma que
a procura por alimentos saudáveis “não é uma onda passageira”. “Deixou de ser uma questão
estética, as pessoas estão procurando uma dieta mais saudável mesmo”, afirma. Entre os lançamentos
da marca voltados para essa demanda crescente estão biscoitos sem glúten de sabores como beterraba e couve.
“A gente sentiu uma lacuna no mercado”, diz Maria Alice.
A Mãe Terra também tem percebido
demanda maior por esse tipo de produto nos últimos meses. A marca lançou por exemplo uma linha de cereais infantis
com grãos integrais, orgânicos e com 30% menos açúcar que os concorrentes mais conhecidos, mirando
no aumento desse tipo de preocupação entre os pais.
Na Feira
e Congresso de Gestão Internacional APAS 2016, em São Paulo, a marca apresentou ainda uma linha
de produtos lançada em parceria com a apresentadora Bela Gil, com produtos como tapioca sem glúten e mistura
pronta para fazer pão de mandioquinha sem lactose, sugerida como alternativa mais saudável ao pão de
queijo.
Batata doce semi-pronta e chocolate sem açúcar, mas com whey
Outras marcas especializadas nesse segmento vêm lançando mais produtos de olho na demanda crescente. “A gente vem analisando o comportamento desse mercado, que está em ascensão. Lançamos a linha orgânica no ano passado, por exemplo. Nosso principal ponto é o produto natural e pronto para consumo”, diz Enrico Milani, diretor executivo da paranaense Vapza. A marca já tinha uma linha de refeições semi-prontas sem glúten, e lançou na feira da Apas uma batata doce em cubos.
Outra empresa que lançou produtos de olho no público que pratica exercícios físicos foi a Flormel, que tem creme de avelã e paçoca de amendoim sem adição de açúcar, mas com de whey (produto consumido frequentemente por quem faz atividades esportivas). A marca tem ainda guloseimas sem açúcar, corante e aromatizantes, como brigadeiro e doce de leite.
“A ideia é poder ser feliz, mas abrindo mão do açúcar. A gente usa um adoçante natural, a taumatina”, diz Tânia Veronez, gerente de marketing. “O [mercado de produto] saudável não pode reclamar da crise, as pessoas estão tomando consciência da importância disso. Tem demanda, o consumidor está muito ávido.”
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