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Publicado em 13/05/2016
Mesmo com a crise econômica, as pequenas empresas do Paraná ampliaram sua presença no mercado externo
nos últimos anos. Levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) mostra que,
em 2010, o Paraná tinha 1.358 pequenas empresas exportadoras – com vendas externas de até US$ 1 milhão
por ano. No ano passado, esse número estava em 1.575 empresas, um crescimento de 16% no período.
A pesquisa toma como base dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio.
O avanço das empresas de pequeno porte do Paraná no Exterior
supera a média nacional. No mesmo período, o número de pequenos exportadores passou de 16.176 para 17.380
no país, alta de 7,4%.
O Estado ocupa a terceira posição entre as unidades da federação
com maior número de pequenos exportadores, atrás apenas de São Paulo e Rio Grande do Sul, à frente
de Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre 2010 e 2015, a participação no Paraná no total de pequenos exportadores
do País nacional saltou de 8,4% para 9,1%.
“O Paraná tem uma tradição
exportadora e empreendedora, o que ajuda a explicar esse destaque maior em termos nacionais. A participação
das exportações sobre o PIB (Produto Interno Bruto) é de 13% no Paraná, contra uma média
de 10% no Brasil”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor presidente do Ipardes.
“O interessante
é que as pequenas empresas estão se apropriando do câmbio mais favorável para exportar mais e compensar
a retração no mercado interno. E o impacto social dos pequenos é maior, porque são grandes geradores
de emprego”, acrescenta.
ABRINDO MERCADOS – A fabricante de cachaça paranaense Porto
Morretes, que atualmente exporta entre 70% e 80% da sua produção aos Estados Unidos, é um exemplo de
como as empresas pequenas estão conseguindo abrir mercado no Exterior.
A empresa, que fabrica de
60 mil a 70 mil litros de cachaça por ano, se prepara para fazer sua estreia no mercado europeu ainda esse ano.
“Nosso começo foi difícil, mas abrimos mercado com viagens, visitas a feiras e contatos de redes
de importadores”, diz Fulgêncio Torres, um dos fundadores da empresa, criada em 2003 em Morretes, no litoral do
Estado.
Hoje a empresa vende cachaça premium para redes de bares e restaurantes nos Estados Unidos
onde é usada para fazer coqueteis. As exportações somam US$ 400 mil por ano.
Com apoio
do BRDE e da Fomento Paraná, a empresa investiu, há três anos, na ampliação da sua infraestrutura.
“Investimos para ampliar nossas instalações e equipamentos e chegamos a exportar com prejuízo quando
o dólar foi a R$ 1,60. Agora, depois do mercado interno capotar, exportar é a única saída”,
diz. O objetivo da empresa é crescer de 20% a 30% ao ano e ampliar o número de funcionários de 15 para
20 até o fim do ano.
A Cachaça Premium da Porto Morretes foi eleita, no início do ano, como a a melhor cachaça do Brasil em uma prova às cegas realizada durante a 2ª edição da Cúpula da Cachaça
DÓLAR FAVORÁVEL - O levantamento do Ipardes mostra que o maior salto no número de pequenos exportadores
se deu no ano passado, quando as empresas começaram a se beneficiar do dólar mais favorável. O número
passou de 1.431 para 1.575. Um dado relevante, de acordo com Suzuki Júnior, é que esses exportadores são
dos ramos mais diversos, de confecções a madeireiras, passando por fabricantes de metais, plástico, eletrodomésticos,
computadores e companhias ligadas ao agronegócio.
Para 2016, o câmbio mais favorável
traz boas expectativas para os exportadores. “Tudo indica que nesse ano o Paraná reverte os dois anos consecutivos
de queda nas exportações”, diz Julio Suzuki Júnior.
No acumulado do primeiro
quadrimestre, as exportações totais do Paraná cresceram 10,88% em relação ao mesmo período
do ano passado e totalizaram US$ 4,86 bilhões.
Microempresas exportaram US$ 21 milhões
As microempresas paranaenses exportaram US$ 21 milhões no Paraná em 2015, 18% mais do que os R$ 18,1
milhões exportados em 2014, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em 2015, eram 509
microempresas exportadoras no Paraná, 100 a mais do que o número de 2014.
Pelos critérios
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, um estabelecimento é considerado microempresa
quando apresenta até 10 empregados e exporta até US$ 400 mil por ano, no caso do setor industrial. Já
no segmento de comércio e serviços, a delimitação da microempresa tem como critério um
quadro funcional de até cinco empregados e exportações anuais de até US$ 200 mil.
BRDE já investiu R$ 575 milhões desde 2011 no apoio a micros e pequenas
A agência
paranaense do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) vem ampliando seu apoio às pequenas e microempresas.
Entre 2011 e 2015, foram R$ 575 milhões em contratações em todas as regiões do Estado. Em 2011,
o banco havia emprestado R$ 85,5 milhões, volume que saltou, no ano passado, para R$ 122 milhões, aumento de
42% no período.
“Faz parte da missão do banco apoiar as pequenas e microempresas, por sua
importância econômica e social. É uma forma de o BRDE levar a sua atuação a todo o Estado”,
diz Everson Almeida Leão, gerente de operações adjunto para as áreas de pequenas e microempresas.
O aumento dos volumes é reflexo também da decisão estratégica de montar uma equipe específica
para atender esse público. “Atualmente são 11 pessoas no grupo, que auxilia não apenas nos financiamentos
e no apoio técnico, mas também na formatação dos projetos e que caminha junto com as empresas.
Um dos trabalhos é desmitificar a ideia que pequenas e microempresas não conseguem ter acesso a linhas de longo
prazo. Isso está mudando”, diz.
LINHA ESPECIAL - Além das tradicionais linhas de financiamento
para pequenas e médias empresas, o BRDE trabalha com uma linha de financiamento para a produção de bens
com o objetivo de exportação, o BRDE EXIM.
Leão diz que a linha pode financiar até
80% do compromisso de exportação da micro ou pequena empresa e o prazo para pagamento pode chegar a três
anos, dependendo do segmento. A taxa de juros em média é de 1,3% ao mês.
Fonte: AEN/PR
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