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Publicado em 11/01/2016
O mercado brasileiro de alimentos orgânicos está crescendo a taxas invejáveis que passam de 20% ao ano, conforme registros do projeto Organics Brasil. O índice foi de 25% em 2015 e agora deve passar de 30%.
As taxas de crescimento registradas globalmente nos últimos no período são bem menores. Ficaram entre 5% e 11%, mostram dados da consultoria Organics Monitor. Ou seja, o mercado está crescendo em ritmo dobrado no Brasil, embora o país ainda represente menos de 1% da produção e do consumo.
O setor vem se estruturando mas ainda representa um “nicho”, analisa Ming Liu, coordenador executivo do Organics Brasil, que mobiliza as empresas exportadoras. Em sua avaliação, o crescimento do mercado, impulsionado pelos consumidores que buscam alimentos sem agrotóxicos ou mais sustentáveis, vem sendo limitado por esse processo, que exige organização da cadeia produtiva e do sistema de certificação.
Entre os alimentos que devem ampliar o faturamento dos orgânicos em 2016 estão produtos lácteos e de origem animal, com maior valor agregado, detalha. Porém, mesmo o consumo global ainda é pequeno diante do faturamento geral do setor de alimentos, pontua. “O importante é saber que há um mercado e que este mercado vem crescendo, e a sua estruturação será determinada pela demanda, produção e disponibilidade dos produtos.”
As projeções para 2016 reafirmam tendência de crescimento maior no Brasil. O mercado de orgânicos teria movimentado o equivalente a R$ 350 bilhões no mundo e R$ 2,5 bilhões no país (0,71%) – perto de US$ 80 bilhões e US$ 600 milhões, respectivamente. Se a previsão do Organics Brasil de crescimento entre 30% e 35% se concretizar, o faturamento brasileiro deve ultrapassar a marca de R$ 3 bilhões neste ano – um terço referente às exportações.
O setor se expandiu rapidamente em países ricos e agora passa a ser visto como mecanismo de desenvolvimento em regiões onde prevalecem unidades produtivas pequenas, como o Brasil. O apelo se fortalece desde 2014, quando as Nações Unidas passaram a destacar as vantagens socieconômicas da agricultura familiar. Até 30% mais valorizados, os orgânicos teriam condições de elevar a renda dos produtores.
Os saltos anuais têm ocorrido mesmo em épocas de crise. Em 2004, o setor movimentava US$ 29 bilhões, conforme a consultoria Organic Monitor. Dez anos depois, em 2013, o mercado foi estimado em US$ 72 bilhões, ou seja, duas vezes e meia maior.
CADASTRO INCOMPLETO
Neste sentido, a SNA tem cobrado das autoridades o incremento do cadastro dos produtores orgânicos.
“Temos de saber quantas toneladas colhemos dos principais produtos, como hortigranjeiros, grãos, mel, café, frutas, produção animal, etc. Precisamos saber quais são os alimentos produzidos pelos produtores cadastrados. O cadastro contém o nome do produtor, o CNPJ, o Estado e o município, mas o que ele produz? São informações levantadas pelas certificadoras de orgânicos e que deveriam ser disponibilizadas pelo governo”, adverte Sylvia.
“Quando uma empresa deseja comprar alimentos orgânicos para revender no Brasil ou exportar, não tem onde consultar e começa uma via crucis pela falta de dados e informações”, complementa a coordenadora da SNA, chamando a atenção para outro antigo problema: “Não sabemos quanto o Brasil exporta pela falta de uma nomenclatura nos produtos orgânicos. Porque países vizinhos como Argentina, Chile ou Peru divulgam esses dados, e o Brasil não?”
DESAFIOS
Apesar de considerar como positivo o balanço do setor em 2015, a coordenadora do CI Orgânicos lembra que o mercado de alimentos orgânicos no Brasil ainda é pequeno e continua em processo de formação.
“É preciso considerar que a agricultura orgânica é uma atividade intensiva e requer mão-de-obra no manejo do solo e na produção, que é sazonal e de baixo volume”, destaca.
Dentro deste contexto, Sylvia concorda que há muitos obstáculos a serem superados. “Enfrentamos diversos desafios, entre eles, cadeias de fornecimento limitado, sobretudo de ingredientes, pouca disponibilidade de insumos para incrementar a competitividade, pouca mecanização e inclusive sementes orgânicas que possam oferecer novas variedades e mais rendimento aos cultivares”.
Além disso, a especialista afirma que falta pesquisa e divulgação no setor. “Os produtores se limitam a trocar conhecimentos entre si, e os canais de distribuição ainda estão em processo de desenvolvimento”.
Neste sentido, a SNA tem cobrado das autoridades o incremento do cadastro dos produtores orgânicos.
“Temos de saber quantas toneladas colhemos dos principais produtos, como hortigranjeiros, grãos, mel, café, frutas, produção animal, etc. Precisamos saber quais são os alimentos produzidos pelos produtores cadastrados. O cadastro contém o nome do produtor, o CNPJ, o Estado e o município, mas o que ele produz? São informações levantadas pelas certificadoras de orgânicos e que deveriam ser disponibilizadas pelo governo”, adverte Sylvia.
“Quando uma empresa deseja comprar alimentos orgânicos para revender no Brasil ou exportar, não tem onde consultar e começa uma via crucis pela falta de dados e informações”, complementa a coordenadora da SNA, chamando a atenção para outro antigo problema: “Não sabemos quanto o Brasil exporta pela falta de uma nomenclatura nos produtos orgânicos. Porque países vizinhos como Argentina, Chile ou Peru divulgam esses dados, e o Brasil não?”
Fonte: Organicsnet
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