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Caso Lactomil e fraudes no Sul do país mostram que cadeia produtiva sofre com prejuísos para a saúde e a exportação

Publicado em 15/12/2015

O caso do leite Lactomil – marca em que a Vigilância Sanitária do Paraná encontrou formol – azeda a imagem da empresa de Serranópolis do Iguaçu (Oeste) e também representa sabotagem para os planos de expansão da pecuária leiteira. O problema expõe as fragilidades do controle sanitário local, mas preocupa o setor em todo o Sul, região que amplia a produção para exportação e vem registrando sucessivos ataques de organizações criminosas.

“O caso é um tiro no pé”, resume o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.Ele sustenta que o leite do estado tem qualidade sanitária para exportação. Mas, em meio às denúncias e considerando as tendências externas, prevê embarques expressivos para daqui dez anos.

O Valor Bruto da Produção (VBP) de leite paranaense saltou 290% em uma década – de R$ 1,1 bilhão em 2004 para R$ 4,2 bilhões em 2014, de acordo com o IBGE. Isso pelo aumento de 89,29% na produção estadual. O salto aconteceu em todo o Sul, com expansões de 305% em valor e 95% em volume, bem acima das médias nacionais, que foram de 208% e 50%.

A produção cresce para além do consumo, que registra inclusive queda, de 174 litros (2014 e 2015) para 171 litros (2016) por habitante, conforme estudo do banco especializado em agronegócio Rabobank. Os 29 milhões de habitantes do Sul do país consomem perto de 5 bilhões de litros de leite ao ano, menos da metade dos 12 bilhões de litros que, segundo o IBGE, foram produzidos em 2014 na região.

A exportação funciona como um cano de escape, mas depende de qualidade sanitária. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabelece como meta para o país elevar o embarque de lácteos de US$ 345 mi em 2014 para US$ 825 milhões em 2018. Se isso não ocorrer, vai sobrar mais leite no mercado interno.

O combate às fraudes se acentua no Rio Grande do Sul. Desde 2013, dez fases da Operação Leite Compensado já resultaram em 66 pessoas presas, 151 denunciadas pelo Ministério Público gaúcho e 15 condenadas pela Justiça por adulteração do leite e organização criminosa.

Fonte: Gazeta do Povo

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