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Publicado em 10/12/2015
O uso excessivo de antibióticos na pecuária se tornou uma grande ameaça à saúde pública mundial e deve ser reduzido drasticamente, alerta um estudo encomendado pelo governo britânico. De acordo com a análise, divulgada nesta terça-feira, algumas infecções estão ficando impossíveis de se tratar, devido ao abuso dessas substâncias na criação de animais destinada à produção alimentícia.
Mais da metade do volume de antibióticos no mundo é usada em animais, muitas vezes para tratar infecções, mas, frequentemente, para fazê-los crescer rapidamente, diz a análise intitulada "Revisão da resistência antimicrobiótica".
Assim como o uso excessivo de antibióticos em humanos está levando ao aparecimento de superbactérias, resistentes a esses medicamentos, o mesmo acontece na agropecuária. O estudo reconhece que o emprego adequado dessas substâncias por fazendeiros tem vantagens no tratamento de infecções e traz benefícios à produção. Mas o excesso disso é um grande problema para a população mundial.
"Eu acho assustador que em diversos países, o uso de antibioticos em animais é muito maior do que em humanos. Isto cria um grande risco para todos, como ficou claro recentemente quando, na China, descobriram bactérias resistentes à colistina, um importante antibótico usado apenas como último recurso", criticou o economista Jim O´Neill, ex-CEO do grupo financeiro Goldman Sachs, coordenador da análise.
Cientistas advertiram a comunidade internacional sobre a iminência de uma "era pós-antibiótica" depois da descoberta da bactéria resistente à colistina, usada apenas quando todos os outros medicamentos falharam no combate a uma doença. Esta resistência, ao que tudo indica, desenvolveu-se em animais de fazenda antes de ser detectada em pacientes em hospitais chineses.
Baseando-se por números atuais, o consumo de antibióticos no mundo deve aumentar em 67% até 2030. Somente nos EUA, mais de 70% do uso de antibóticos é voltado para animais. Segundo O´Neill, uma taxa razoável seria o que vem sendo atingido pela Dinamarca, onde são empregados no máximo 50mg de antibótico por quilo de animal.
Fonte: O Globo
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