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Publicado em 27/04/2015
O número de certificados para produtos orgânicos emitidos pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar)
deu um salto de 33% nos últimos cinco anos. Só no ano passado, 195 propriedades rurais foram auditadas e certificadas
pela instituição no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Amazonas, Santa Catarina e Ceará,
além do Peru e Chile. Em 2010, foram 146. A maioria é do Paraná, que tem 128 propriedades certificadas.
O certificado de conformidade orgânica tem duração de um ano, mas algumas auditorias são realizadas
semestralmente como é o caso de culturas de ciclo curto, como hortaliças, ou no de produções paralelas,
em que um produto orgânico é plantado na mesma propriedade que produz vegetais pelo método convencional.
De acordo com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) são
produzidos 130 mil toneladas de alimentos orgânicos no Paraná por ano. “São produtos oriundos de
lavouras que não utilizam agrotóxicos, adubos, hormônios ou transgênicos. Os alimentos são
produzidos levando em consideração o meio ambiente e a vida dos agricultores e seus familiares”, explica
o coordenador estadual de olericultura Iniberto Hanermschmitd.
Entre os principais alimentos orgânicos
estão as hortaliças, que mantém um crescimento de 20 a 30% no ano devido ao rápido ciclo de plantação
e colheita. Fazem parte desse grupo alface, repolho, tomate, cenoura, pimentão, pepino, abobrinha, couve-flor, brócolis,
beterraba, rabanete, batata e cebola. Há também os produtos orgânicos básicos e bastante comercializados
como soja, milho, trigo, feijão, mandioca, arroz, café, cana de açúcar, erva mate, além
das frutas e plantas medicinais.
CERTIFICAÇÃO – Os alimentos orgânicos produzidos
em propriedades rurais e certificados pelo Tecpar podem ser encontrados em três categorias: origem animal, vegetal e
em processamento. Nas regiões de Pinhais e Francisco Beltrão, por exemplo, estão concentrados os alimentos
de descendência animal como leite, ovos e rações para aves.
Já nos municípios
de Morretes e Prudentropolis encontram-se produtos processados como é o caso de geleias, massas e compotas. Enquanto
isso, os produtos de origem vegetal, como frutas e hortaliças, possuem maior produção e comercialização
e estão espalhadas em 50 regiões do Paraná.
A gerente do Tecpar Cert, Tânia
de Carvalho, explica que a lei sobre a produção orgânica no Brasil foi regulamentada em 2010 e que o Tecpar
Cert foi o primeiro instituto a ser credenciado tanto pelo Inmetro quanto pelo Ministério de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) para certificar a produção orgânica brasileira.
“De lá
para cá, o Tecpar Cert registrou crescimento na certificação porque o Governo do Estado, diversas prefeituras
municipais e o Sebrae incentivaram e subsidiaram os produtores orgânicos a buscar a certificação, que
nesta área é compulsória. Além disso, produtores de outros países que querem entrar no
mercado brasileiro precisam da certificação”, analisa Tânia.
EM RIBEIRÃO CLARO – Ribeirão Claro, no Norte Pioneiros, é um dos municípios com forte
concentração de propriedades certificadas pelo Tecpar. Dos 27 agricultores que formam a Associação
de Produtores Orgânicos (APO), 18 têm propriedades certificadas. No último ano, o volume de vendas chegou
a R$ 450 mil, somadas as produções de todos os agricultores.
Para a presidente da APO, Maria
Luizete Brambila, que também é produtora, a associação é uma forma de melhorar o trabalho
de todos. “Na APO os produtores têm mais facilidade para comercializar os seus produtos e encaixar os alimentos
produzidos no mercado”, diz ela.
Atualmente, os associados estão se organizando para que cada
um possa produzir determinados itens, sem gerar concorrência entre eles. “Vamos nos dividir para que cada um produza
e venda diferentes produtos. Além disso, logo vamos começar a fazer alimentos processados.”
A associação tem parceria com o Governo do Estado e os municípios para fornecer alimentos para a merenda
escolar. Os produtos são comercializados, também, em feiras de Ribeirão Claro e junto a supermercados
e restaurantes de cidades vizinhas, como Chavantes e Ourinhos.
A Emater dá assistência aos
produtores na agricultura familiar e na certificação. O Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sebrae
apoiam com treinamentos aos produtores e na negociação com os mercados da região.
Fonte: AN - PR
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