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Publicado em 02/04/2015
O mercado de alimentação saudável no Brasil nunca esteve tão aquecido. Relatório divulgado pela empresa de consultoria Euromonitor aponta que as vendas no setor dobraram nos últimos cinco anos, atingindo 98%.
De acordo com a análise, a demanda por produtos saudáveis, neste mesmo período, ficou acima da procura pelos produtos tradicionais, que cresceram 67% no volume de vendas. Nada mal para um mercado que movimenta US$ 35 bilhões ao ano no País.
“Conforme a distribuição da pirâmide etária brasileira, aproximadamente 30% das pessoas estão entre 15 e 59 anos, no médio da pirâmide, e somos um país predominantemente urbano, com mais de 85% da população localizada nas cidades. Essa concentração de jovens urbanos antenados, morando dentro de grandes metrópoles, que captam informações sobre o que se passa no mundo globalizado, estão cada vez mais conscientes da relação entre saúde e uma alimentação nutricional balanceada”, explica Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da Sociedade Nacional de Agricultura.
De acordo com um recente relatório da empresa Nielsen, os consumidores de alimentos saudáveis são informados, exigentes e querem transparência e responsabilidade socioambiental como valor agregado. Além disso, três quartos leem atentamente os rótulos dos produtos e 63% desconfiam do que consta nas embalagens.
Qualidade de produção
Já o relatório da Euromonitor mostra que 28% dos brasileiros consideram o valor nutricional o mais importante na hora de consumir um produto, enquanto 22% dá preferência a alimentos naturais e sem conservantes.
Nesse rastro, surgem os produtos “da moda”, entre eles, os sucos detox, que são prensados a frio, comercializados em poucas grandes cidades e com data de validade curta.
Snacks, barras de cereais e mix de frutas e nozes estão crescendo, assim como as geléias sem açúcar. Um nicho interessante são os sucos orgânicos ou sucos com menos conservantes, que misturam diversas frutas, assim como as bebidas de grãos ou cereais, com arroz, soja e aveia, que podem ser encontradas no varejo”, ressalta Sylvia Wachsner.
A coordenadora do CI Orgânicos lembra que as empresas de alimentos saudáveis, por serem menores, com linhas de produção menos sofisticadas e focadas de forma específica em certos alimentos, têm a capacidade de colocar no mercado novos alimentos com maior rapidez e experimentar a resposta do mercado.
Obstáculos
Por outro lado, surgem alguns entraves. Enquanto as grandes empresas de alimentos industrializados dominam a logística e a distribuição, suas marcas e produtos fazem parte da memória de gerações de brasileiros e ocupam grandes espaços do varejo, muitos dos alimentos mais saudáveis, como por exemplo os sucos, ao serem menos processados, têm prazos de validade curto e contam com outros canais de distribuição, incluindo varejistas menores, lojas especializadas, comércio eletrônico e até entregas em domicílio, como no caso dos sucos detox.
“Lamentavelmente, muitas vezes ainda encontramos alguns varejistas colocando margens muito elevadas, o que diminui a venda de alimentos orgânicos, por exemplo. No caso dos hortigranjeiros, muitos dos pequenos produtores, com produções limitadas, preferem comercializar nas feiras municipais. A negociação dos orgânicos com os varejistas ainda esta sendo construída. É um relacionamento que pode ser bastante complicado. São poucas as empresas que tem capacidade, qualidade e escala para atender e negociar com esse segmento do mercado”, observa Sylvia Wachsner.
Apesar do cenário atual, a coordenadora do CI Orgânicos espera que em breve o segmento de alimentos saudáveis possa começar a competir com a grande indústria alimentícia.
Fonte: Equipe SNA/RJ
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