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Publicado em 03/02/2015
Resultados de uma ação desenvolvida em Florianópolis (SC), com base em tecnologia de uma startup mineira
que teve como investidor um fundo nascido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Myleus Biotecnologia, foram recentemente
apresentados em evento em Belo Horizonte, e indicaram que testes de DNA podem mostrar se um alimento foi fraudado. O trabalho
feito no ano passado na ilha, localizada no Sul do Brasil, permitiu a identificação de peixes comercializados
clandestinamente. Os resultados foram documentados em artigo publicado na revista científica inglesa Food Control.
A partir da análise de moléculas dos peixes, chegou-se à conclusão de que 24% das 30
amostras coletadas em supermercados, peixarias e restaurantes de Florianópolis apresentavam fraudes. Estas correspondem,
na maioria dos casos, à venda de espécies de qualidade inferior à anunciada e/ou incompatíveis
com a normatização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse tipo de
teste evita que o consumidor pague por algo que não está consumindo, além de problemas de saúde
relacionados à alergia a determinados produtos.
A certificação protege ainda os produtores sérios da concorrência desleal. “A análise do DNA pode contribuir para que os produtores ofereçam produtos certificados e os consumidores possam conhecer a qualidade dos alimentos que chegam à mesa. Os testes são realizados em pequenas amostras dos produtos, que podem ser enviadas à empresa ou coletadas pela mesma”, salienta Marcela Drummond, presidente da Myleus Biotecnologia.
Ela ressalta que os testes são úteis para a detecção da fraude por substituição de espécies. “Na grande maioria dos casos, essa é uma fraude econômica, já que o produto é substituído por outro de menor valor agregado. A fraude pode levar a problemas para a saúde humana, já que o consumidor consome um determinado alimento ou droga vegetal sem saber o que está consumindo, podendo levar a problemas alérgicos, por exemplo. Ainda, algumas vezes, encontramos espécies ameaçadas de extinção sendo vendidas no lugar daquela declarada no momento da venda. Dessa maneira, os testes podem ser utilizados por indústrias, supermercados, restaurantes, para se protegerem de uma possível fraude de seus fornecedores. Esses mesmos players podem usar os testes para garantir ao seu consumidor final que os seus produtos não são fraudados e têm uma garantia da espécie ali presente. Além disso, o teste pode ser usado por órgãos de inspeção e por órgãos de proteção ao consumidor para fiscalizar os produtos que estão sendo comercializados no país”, acrescenta a presidente da Myleus Biotecnologia.
Outros produtos podem ser investigados
Além dos pescados, os testes podem ser feitos em derivados lácteos, como queijos e leite de búfala, cabra e ovelha, em produtos cárneos processados e in natura, como hambúrguer e linguiças, e em produtos de origem vegetal, como drogas vegetais, chás e madeira. “Os testes são comercializados para empresas ao longo de toda a cadeia produtiva. Devido à sua alta sensibilidade, eles podem ser aplicados até mesmo em amostras já processadas, como um peixe já cozido.
A Myleus apoia a iniciativa de órgãos e entidades civis, assim como empresas que se dispõem a combater a fraude por substituição de espécies no Brasil. Nosso papel é suprir essas entidades com as ferramentas necessárias para essa finalidade. Nesse sentido, somos capazes de desenvolver testes de acordo com a demanda de cada um, colocando ferramentas à sua disposição”, diz Marcela. Ela salienta que a Myleus não tem um convênio com o Mapa para fazes os testes com frequência, mas que já há um indicativo de que o órgão tem interesse em implantar uma parceria em breve e, diante disso, a empresa está se preparando para ser um laboratório credenciado pelo ministério.
Este tipo de tecnologia tem papel importante no processo de certificação de produtos, como apontado por especialistas na Visão de Futuro “Imagem de marca para indústrias agroalimentares paranaenses”, presente no Roadmapping da Indústria Agroalimentar.
Fonte: Em.com.br
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