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Novo composto auxilia o cosumo alimentos com farinha de trigo por diabéticos

Publicado em 15/12/2014

Pesquisadora da UTFPR desenvolveu um suplemento que impede que o amido cumpra seu ciclo e seja transformado em glicose

Base da alimentação encontrada em padarias, a farinha de trigo é considerada um veneno para quem sofre de diabetes. Um suplemento alimentar produzido na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no campus de Pato Branco, no Sudoeste do estado, pode resolver este problema, impedindo que pães e bolos aumentem o “açúcar no sangue”. O produto é resultado da pesquisa de Danniella Xavier, no mestrado em Química dos Alimentos.

clique para ampliarclique para ampliarMetade dos avós de Danniella sofrem com diabetes, isso a motivou na realização da pesquisa. (Foto: Daiane Martins/Gazeta do Povo)

O composto foi produzido a partir da farinha de feijão, extraindo a faseolamina, enzima que impede o amido de cumprir seu ciclo natural de converter-se em carboidratos menores, como a glicose. Por produzir pouca ou nenhuma insulina, o diabético não consegue distribuir a glicose presente na corrente sanguínea para os órgãos e tecidos, o que acarreta no entupimento dos vasos e em uma série de outras complicações.

O suplemento age na origem do problema. Em 80% dos pacientes testados, todos com o Tipo 2 da doença, o resultado foi positivo, e o amido foi diretamente eliminado do organismo.

Na receita, o suplemento deve ser adicionado à farinha de trigo integral; a “branca”, refinada, é proibida. A fórmula recebeu o aditivo de um farelo de goiaba, para dar “um sabor diferente e gostoso”.

Além disso, a goiaba é rica em vitamina C e em licopeno, um antioxidante apontado como responsável por inibir vários tipos de câncer. Esses compostos impedem a formação de radicais livres, “prevenindo que ocorra a oxidação das células, o que pode levar a inflamações, infecções e outros problemas”, explica a pesquisadora.

Os resultados animadores esbarram em um único problema: o suplemento não pode ser produzido em casa. Isto porque a goiaba in natura tem um tempo de vida pequeno e poderia perder seu valor nutricional com as altas temperaturas e luz do forno. Para usar a fruta, ela fez um procedimento chamado “microencapsulação”, que só pode ser realizado em laboratório.

A pesquisadora ainda não recebeu nenhuma proposta da indústria para tornar o produto viável comercialmente. “O ideal é que você tivesse o suplemento na prateleira do mercado e a pessoa só adicionasse os ingredientes que tem em casa para fazer a receita”, sonha.

Fonte: Gazeta do Povo

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