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Primeiro leite artificial deve chegar ao mercado americano no próximo ano

Publicado em 26/11/2014

Bioengenheiros dos EUA estão utilizando leveduras geneticamente modificadas para o desenvolvimento deste novo produto.

A fábrica de laticínios sintéticos Muufri anunciou que espera vender seu leite artificial no mercado americano até o meio do próximo ano.

clique para ampliarclique para ampliarMuufri (Foto: Divulgação)

Fundada por dois bioengenheiros da Califórnia, Perumal Gandhi e Ryan Pandya, a empresa aperfeiçoou um produto feito a partir de uma variedade especial de levedura, geneticamente modificada para produzir proteínas do leite.

Esse sistema é projetado para produzir um alimento que mantenha o sabor e benefícios à saúde do leite real, o que o torna muito diferente de produtos alternativos, como os feitos de soja, arroz e amêndoa.

Se queremos que o mundo mude sua dieta a partir de um produto que não é sustentável para um que seja, esse produto precisa ser idêntico ou melhor do que o original”, argumenta Gandhi. “O mundo não vai mudar sozinho de leite de vaca para um leite à base de plantas. Mas, se o nosso leite for idêntico ao de vaca e com o preço certo, isso pode acontecer”.

Amigo do meio ambiente

A ideia da Muufri é reduzir a necessidade de celeiros lácteos superlotados nos quais as vacas são alimentadas com um coquetel constante de hormônios de crescimento e antibióticos. Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a produção de leite é responsável por 3% das emissões de gases do efeito estufa anualmente no mundo todo. O leite artificial mudaria tudo isso.

O processo

A síntese do leite de vaca é um processo relativamente simples. Ele tem menos de 20 componentes e é composto por cerca de 87% de água.

Sendo assim, Muufri conterá seis proteínas para ajudar a formar a sua estrutura, e oito diferentes ácidos graxos para dar-lhe o seu sabor. Ele será feito utilizando o mesmo processo que as empresas farmacêuticas usam para produzir insulina.

DNA será extraído a partir de vacas leiteiras e determinadas sequências serão inseridas em células de levedura. A cultura de levedura em placas de petri de tamanho industrial produzirá, assim, leite suficiente para coletar.

Embora as proteínas do leite Muufri venham de levedura, as gorduras vêm de vegetais e são alteradas no nível molecular para espelhar a estrutura e sabor das gorduras do leite de vaca.

Minerais, como cálcio e potássio e açúcares são adicionados à mistura separadamente.

clique para ampliarclique para ampliarRyan Pandya e Perumal Gandhi, fundadores da Muufri (Foto: Divulgação)

Vantagens

Todos os valores nutricionais desse produto podem ser mexidos, de forma que o leite artificial poderia ser ainda melhor (no quesito saudável) do que o leite normal.

Enquanto inicialmente o Muufri será mais caro do que o leite regular, Gandhi e Pandya esperam torná-lo mais barato quando a produção for em grande escala. Outra vantagem é que, como não contém bactérias que o leite normal possui, seu prazo de validade é muito maior.

Fonte:Science Alert , National Geographic e Gizmag via Hypescience 

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