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Publicado em 03/10/2014
As cooperativas brasileiras do agronegócio já exportaram mais de US$ 3,65 bilhões, de janeiro a agosto deste ano, para aproximadamente 105 países. Sozinho, o Estado de Paraná respondeu por quase metade deste total, ao alcançar a marca de US$ 1,502 bilhão.
Em 2013, as vendas externas do mesmo segmento nacional, em igual período, giraram em torno de US$ 4,21 bilhões. Apesar da queda de 13,31%, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o desempenho cooperativista vem ganhando cada vez mais força dentro do agro brasileiro.
Líder absoluto no País (veja quadro abaixo), somente em agosto as 77 cooperativas paranaenses, que envolvem 135 mil cooperados, de um total de 371 mil propriedades rurais (não necessariamente todas agrícolas), exportaram US$ 240,26 milhões. Gilson Martins, assessor técnico e econômico do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado de Paraná), entidade ligada à OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), expõe as razões deste sucesso.
“Manejo adequado do solo, implantação de novas tecnologias, plantio das melhores sementes, emprego de bons fertilizantes e defensivos agrícolas, além da agregação de valor ao produto e profissionalização no campo. No entanto, e acima de tudo, a união dos produtores rurais tem feito a diferença”, cita ele.
De acordo com o MDIC, a Balança Comercial Brasileira das cooperativas nacionais teve resultado positivo em 2013, acumulando quase US$ 5,68 bilhões: foram mais de US$ 6,07 bilhões de produtos exportados e mais de US$ 396,65 milhões de itens importados pelo segmento agrícola. A BCB é a diferença entre o que se vende e o que se compra de outros países. No caso, a balança das cooperativas teve um superávit superior a US$ 5,28 bilhões no ano passado.
DIFERENCIAL
Segundo Martins, as cooperativas paranaenses são responsáveis por 56% da produção estadual da safra e faturaram, somente no ano passado, em torno de R$ 46 bilhões.
“Em 2013, a lavoura de Paraná produziu cerca de 36 milhões de toneladas de grãos e cereais, sendo que 20 milhões vieram das cooperativas do nosso Estado. O que temos observado, no entanto, é que a produção tem crescido a cada ano, mesmo que não tenhamos muitas áreas para expandir o plantio.”
Segundo o assessor técnico do Sistema Ocepar, o cooperativismo forte no Estado é herança de muitos europeus que imigraram para a região.
“Muitos agricultores da Europa que vieram para o Brasil, há décadas, trouxeram a concepção de um sistema de cooperativismo forte e moderno, que tem dado resultado ao longo dos anos.”
Tudo que poderia sobrar em estoque é “aproveitado”, ressalta Martins.
“Não há sobras de produtos agrícolas (ou seja, nada fica encalhado). O que é excedente das lavouras é processado internamente e vai, por exemplo, para alimentar os animais, tais como aves e suínos; ou é vendido para o exterior.”
Para o assessor da Ocepar, o cooperativismo também tem sido uma importante ferramenta de transferência de tecnologia no campo. Entre técnicos agrícolas, que incluem veterinários, engenheiros agrônomos, engenheiros ambientais e demais profissionais que trabalham na agropecuária, são quase 2 mil profissionais que levam conhecimentos aos agricultores.
“Acredito que este seja um ponto fundamental do cooperativismo paranaense: a constante busca pela profissionalização. Muitos produtores têm procurado aprender a administrar o próprio negócio, buscando conhecimentos mais amplos também sobre gestão.”
De acordo com Martins, também é evidente que a presença das maiores cooperativas do País no Estado tem fortalecido cada vez mais o segmento.
“Temos a Coamo, C.Vale, Lar, Cocamar, Batavo, Castrolanda, Agrária, Coopacol, entre outras. Somente três delas faturam, cada uma, mais de R$ 1 bilhão por ano.”
Outro ponto destacado por Martins está no fato de o Estado estar próximo aos locais de escoamento da safra para o exterior.
“Nosso ponto de partida mais longe fica distante 800 quilômetros do Porto de Paranaguá. Além disso, algumas cooperativas, como a Coamo, têm seus próprios terminais dentro dos portos, o que facilita a liberação mais rápida de seus produtos agrícolas para outros países.”
Veja mais na matéria de SNA/RJ
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