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Publicado em 15/07/2014
Em 1991, quando o casal Jovelina Fonseca e Luiz Paulo Ribeiro deixou a cidade do Rio de Janeiro e foi morar na região
serrana com o propósito de plantar alimentos livres de agrotóxicos e resíduos químicos, seus familiares
e amigos disseram que era loucura.
Passados mais de vinte anos, Jovelina e Luiz Paulo são a prova de que é
possível produzir alimentos orgânicos sem agredir o meio ambiente. "No início foi tudo muito difícil.
Chegamos a plantar 40 espécies diferentes para ver o que era possível produzir sem fertilizantes químicos
e agrotóxicos", conta Jovelina.
No Sítio Cultivar, onde vivem em Nova Friburgo (RJ), eles produzem 14 variedades de verduras e legumes ao longo
do ano. Por mês, são cerca de 6 mil itens, entre produtos in natura e os minimamente processados,
que já chegam ao consumidor lavados, cortados e prontos para o consumo. A produção é comercializada
em supermercados locais e gera oito empregos diretos no sítio.
O crescimento da lavoura de Jovelina e Luiz é
proporcional ao que a agricultura orgânica obteve nos últimos anos em todo o mundo. Em 2006, quando o último
censo agropecuário foi realizado pelo IBGE, havia 5 mil produtores orgânicos no Brasil. Atualmente, já
são cerca de 8 mil e a área de produção está em torno de 1,5 milhão de hectares.
Estudos recentes revelam ainda que o crescimento do setor nos últimos cinco anos pode chegar a 46%.
Demandas do setor
Apesar do aumento da conscientização ecológica e da demanda por parte dos consumidores, produzir alimentos
sem adubos químicos e agrotóxicos ainda é um desafio para os agricultores. Para o coordenador de Agroecologia
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rogério Dias, essa é uma área
que carece de estudos. "É claro que temos situações pontuais, mas não poderíamos dizer
que as tecnologias estão atendendo os produtores orgânicos do País inteiro", comenta.
Segundo Dias,
as principais necessidades do setor estão relacionadas a insumos, adaptação de variedades, sementes,
produção animal e tecnologias para pós-colheita e processamento. Ele reconhece o esforço
da pesquisa, mas lamenta a falta de uma política nacional de desenvolvimento tecnológico voltada para o incremento
da agricultura orgânica. "Tem o esforço isolado de pesquisadores que estão muito engajados e contribuem
para o processo. Mas ainda não é um compromisso das instituições", enfatiza.
Atenta
a essa demanda, a Embrapa incluiu a agricultura orgânica e a agroecologia entre os 17 temas reconhecidos como estratégicos
e de relevância nacional a serem priorizados em sua programação de pesquisa. A Empresa também
assumiu o compromisso no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) de criar
um núcleo de agroecologia e produção orgânica em 20 dos seus 47 centros de pesquisa.
Uma das ações no âmbito do Planapo é a criação do portfólio Sistemas de
Produção de Base Ecológica da Embrapa, dentro do qual foram levantados 41 projetos relacionados
à transição agroecológica e produção orgânica, além de cinco novos
projetos. "Estamos organizando a coordenação das ações do Planapo porque elas vão
ser desdobradas em toda a Empresa e fora dela. A partir do portfólio, vamos treinar e capacitar técnicos para
que eles possam difundir essas tecnologias", explica Waldyr Stumpf Junior, diretor-executivo de Transferência de Tecnologia
da Embrapa.
Resultados de pesquisa
Na Embrapa, os pesquisadores desenvolvem, adaptam e testam novas técnicas para as diferentes regiões do País. Algumas práticas já estão sendo empregadas por agricultores e outras ainda estão restritas aos campos experimentais, mas também apresentam bons resultados.
Veja as pesquisas relacionadas a Fertilizantes Orgânicos, Substratos e Mudas, Diversificação e Cultivares na matéria completa da Embrapa.
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