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Publicado em 21/05/2014
Vender para grandes empresas pode ser um bom negócio para os agricultores.
A fazenda Direto da Serra, de Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, faturou pouco mais de R$ 9 milhões no ano passado e quase metade desse montante (47%) veio da produção de orgânicos para a rede Pão de Açúcar.
A parceria, que começou em 2004, conta o proprietário da fazenda, Roberto Hideki Umeda, ganhou importância quando o pequeno negócio passou a produzir itens para a marca própria do grupo, conhecida como Taeq. Atualmente, a fazenda abastece 42 lojas do Pão de Açúcar com frutas, legumes e verduras orgânicas. São cerca de 11 mil unidades por dia.
"Procuramos o grupo e conhecíamos o suporte técnico que iríamos receber. Isso foi muito atraente para efetivarmos a parceria", conta Umeda. Segundo o empreendedor, a estrutura do Pão de Açúcar ajudou. "Sozinhos levaríamos muito mais tempo para crescer."
O negócio com a rede de supermercados ocorreu por iniciativa do pequeno empreendedor paulista, mas o Sebrae acredita que pode estimular cada vez mais esse tipo de parceria.
No ano passado, a entidade tirou do papel, em Santa Catarina, um programa para auxiliar tecnicamente os produtores que atendem por meio de cooperativa a Aurora Alimentos.
"O desafio (para os produtores) é ter qualidade e cumprir os prazos de entrega", afirma Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae Nacional.A região conta atualmente com 62,3 mil associados.
Um dos agricultores beneficiados pelo programa é Antônio José Maldaner, dono de uma propriedade familiar em Pinhalzinho (SC). As 25 vacas de Maldaner produzem mensalmente 10 mil litros de leite.
O negócio ainda cria 1,2 mil suínos e 198 mil aves para o abate todos os anos. Maldaner fatura R$ 30 mil por mês, em média, e o seu lucro é 30% desse valor. O empreendedor considera que a parceria com a grande empresa o ajudou a se desenvolver. "Recebemos um apoio técnico para melhorarmos a qualidade dos produtos e o valor deles. Houve um ganho", diz.
A professora da Esalq/USP Marly Teresinha Pereira ressalta que parcerias desse tipo podem ser interessantes para o pequeno produtos. De acordo com a especialista, apesar de casos esporádicos, individualmente é quase impossível o pequeno produtor ingressar na cadeia de valor de uma grande empresa.
"O caminho é por meio de cooperativas”. Outro caminho a ser trilhado por esses empresários, segundo Marly, é contar com o governo como cliente e oferecer, por exemplo, alimentos para a merenda escolar.
Fonte: Estadão PME
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