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Publicado em 05/05/2014
Produtores de azeite da serra da Mantiqueira decidiram criar uma marca coletiva para brigar por espaço num mercado dominado por artigos importados e com pouca tradição no Brasil.
Os 43 agricultores de municípios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo se uniram em uma associação, a Assoolive (Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira). Nas próximas semanas, eles devem pedir ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro da marca Azeite dos Contrafortes da Mantiqueira.
"Queremos dar mais visibilidade ao azeite brasileiro e ampliar o mercado aqui e lá fora. Com isso, vamos organizar a produção local e buscar o lucro coletivo", afirma Marcelo Alves, da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), que coordena as atividades do grupo.
Produção artesanal encarece produto; ideia é tornar preço competitivo
Os agricultores reunidos na Assoolive estão espalhados por 50 municípios mineiros, fluminenses e paulistas na área da Mantiqueira, e, neste ano, somam 800 hectares de plantio, 70 toneladas de azeitonas e dez mil litros de azeite.
Alves afirma que, atualmente, os produtores levam as azeitonas para serem processadas na sede da associação, onde há uma máquina para extração. De lá sai o azeite já envasado. O produtor deixa 15% do azeite produzido com a associação, para bancar custos, e fica com o restante.
Atualmente, uma garrafa de 250 ml de azeite importado vendido em supermercados custa em torno de R$ 10. Azeites produzidos na Mantiqueira custam, pela mesma quantidade, de R$ 25 a R$ 40.
"O processo de produção artesanal encarece o azeite. Com o acesso aos mercados e a ampliação do volume fabricado, poderemos competir no preço também", afirma Alves.
Marca coletiva é o primeiro passo para indicação geográfica
A marca coletiva deve reforçar a origem do produto, segundo Alves, mas sem impedir que cada agricultor tenha seu próprio rótulo. Dos 43 membros, oito já mantêm marcas próprias.
"O que acontecerá é que, sendo registrada a marca, haverá um sinal distintivo que indicará que aquele azeite é proveniente da região dos Contrafortes [vales laterais] da Mantiqueira, e que o produtor é membro associado", diz Alves.
"No futuro, já com a marca coletiva, queremos oferecer vários azeites de todas as marcas dos associados para serem vendidos em supermercados e restaurantes", diz o pesquisador da Epamig.
Tendo a marca coletiva, o grupo de associados quer conseguir a indicação geográfica, selo que determina que um produto foi feito em determinada região sob regulamentos que garantem sua qualidade, afirma o presidente da Assoolive, Nilton Caetano de Oliveira.
Fonte: Uol Agronegócio
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