O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 08/04/2014
A busca por extratos naturais com potenciais ativos de grau alimentício é uma tendência na indústria de alimentos. A extração é um passo muito importante no isolamento, identificação e utilização de compostos presentes nesses extratos e não existe um método de extração padrão. Como consequência, têm atraído particular interesse pesquisas voltadas para um aperfeiçoamento das técnicas de extração e na busca por novas fontes de extratos naturais e seus constituintes.
Destaque-se que atualmente existe um grande interesse em formulações que incorporam extratos oriundos de fontes naturais para a obtenção de alimentos funcionais, de cosméticos ou produtos medicinais que contenham substâncias biologicamente ativas – antioxidantes, óleos essenciais, carotenoides, compostos fenólicos, flavonoides, entres outros. Assumem particular importância os compostos fenólicos e os flavonoides, cujas ações antioxidantes, eliminando radiais livres, os tornam potenciais protetores contra cânceres e doenças do coração.
Essa tendência é resultado da preocupação crescente do consumidor com a saúde.
Hoje são recorrentes nos meios de comunicação as pesquisas que vinculam dietas à prevenção ou mesmo à cura de doenças, e são inumeráveis os sites que apresentam produtos naturais saudáveis. O estudo de plantas medicinais como fonte de medicamentos é advogado pela OMS e no Brasil, desde 2006, têm sido implementadas políticas para garantir acesso seguro e uso racional dessas plantas e de fitoterápicos. Fruto dessas iniciativas e de estudos desenvolvidos é a criação mais recente da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse para o SUS (Renisus), com vistas principalmente à utilização por pessoas de baixa renda.
Diante desse contexto, a engenheira de alimentos e atual doutoranda Tábata Tayara Garmus Diniz selecionou duas plantas que constam da Renisus e são de uso popular consagrado pelas propriedades terapêuticas - a pitanga (Eugenia uniflora L.) e o alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham).
As folhas de pitangueira são conhecidas por suas inúmeras atividades terapêuticas e usadas na medicina popular no tratamento de febre, doenças estomacais, hipertensão, obesidade, reumatismo, bronquite e doenças cardiovasculares. Hoje se sabe de sua ação calmante, anti-inflamatória, diurética e antioxidante. A medicina popular consagrou a utilização do alecrim-pimenta principalmente como antisséptico e antimicrobiano.
A busca por extratos de melhor qualidade e livres de traços de solventes levaram a pesquisa de processos alternativos de extração. O CO² supercrítico, de uso mais recente como solvente, apresenta a vantagem de uma substância não tóxica, inodora, de fácil obtenção e eliminação do extrato.
O objetivo foi estudar a composição dos extratos provenientes dessas duas matrizes vegetais e obtidos através de extração sequencial, em leito fixo – situação em que o solvente escoa através do leito de partículas estacionário formado pelas folhas secas e trituradas, empregando como solventes CO² supercrítico, etanol e água.
Resultados
O estudo mostrou que o processo de extração sequencial, em três etapas, foi o mais eficaz quando se deseja obter extratos com alto rendimento global de extração e de fenóis e flavonoides totais. As extrações etanólicas e aquosas antecedidas pela extração supercrítica foram as que apresentaram maior concentração de fenóis e flavonoides quando comparadas com as extrações sem a prévia extração supercrítica, principalmente em relação às folhas de pitanga. De certa forma, é como a extração supercrítica abrisse os canais para a ação do etanol e da água.
No geral, a extração sequencial em três etapas, nas condições estudadas de temperatura e pressão, mostrou-se eficiente na extração de compostos bioativos para as duas matrizes vegetais.
Saiba mais sobre o estudo, sua metodologia e resultados aqui
Publicação
Dissertação: “Obtenção de extratos de folhas de pitanga e de alecrim-pimenta
por extração sequencial em leito fixo usando CO² supercrítico, etanol e água como solventes”
Autora: Tábata Tayara Garmus Diniz
Orientador: Fernando Antonio
Cabral
Coorientadora: Losiane C. Paviani
Unidade: Faculdade de Engenharia
de Alimentos (FEA)
Fonte: Jornal da Unicamp
Envie para um amigo