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Publicado em 07/04/2014
Os números indicam que comprar alimentos, cosméticos e roupas com origem em propriedades que não usam agroquímicos e respeitam o ambiente entrou no radar de mais pessoas.
Na avaliação do projeto Organics Brasil, este ano deve apresentar avanço de ordem semelhante. A projeção é de movimento geral de R$ 2 bilhões, com as vendas externas contribuindo com até 30% desse valor.
Açúcar, castanhas, frutas, óleos vegetais e mel e derivados são os carros-chefes do país. Todo o mercado mundial é estimado em pouco mais de US$ 60 bilhões.
Segundo Ming Liu, coordenador-executivo do projeto que surgiu há dez anos e reúne atualmente 54 empresas e a Apex-Brasil (agência de promoção de exportações vinculada ao Ministério do Desenvolvimento), dois terços do comércio doméstico de orgânicos ocorrem no varejo tradicional. O terço restante cabe a lojas especializadas, negócios on-line e venda direta no campo.
Apesar de ainda representar um nicho, essa divisão do mercado comprova a consistência do potencial de expansão. Tanto que gigantes mundiais dos setores de alimentos e bebidas --como Nestlé, Kraft e Coca-Cola contam com estratégias firmes no segmento saudável. Delas constam parcerias com pequenas propriedades para garantir matéria-prima.
A Ifoam (Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica) estima que os cultivos orgânicos certificados no Brasil se restrinjam a 2% da área agrícola do país, afirma Romeu Mattos Leite, presidente da câmara setorial temática ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A fim de que a produção orgânica se expanda, Leite considera crucial apoio técnico e financeiro que sustente a conversão da propriedade agrícola convencional para os métodos agroecológicos.
Para ele, a falta de respaldo tecnológico vem da formação dos profissionais que trabalham no campo. "Quase nenhuma universidade oferece a disciplina de agroecologia", afirma Leite.
Ming Liu é participante do Grupo de Articulação que discute a visão de futuro Paraná Referência em Produtos Orgânicos e esteve presente como palestrante no Simpósio da Rota Agroalimentar: Industrialização de Alimentos Orgânicos, evento que ocorreu em Setembro de 2013 na cidade de Curitiba.
Iniciativa do Grupo de Articulação, o Simpósio tem como objetivo principal promover a industrialização de produtos orgânicos, através da disseminação da informação, alavancando toda cadeia produtiva.
Fonte: Folha de São Paulo via Portal do Agronegócio
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