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Publicado em 19/03/2014
Os benefícios do chocolate amargo para o coração são descritos por pesquisadores há tempos, mas nenhum estudo até o momento conseguia identificar a ligação entre o consumo do cacau e a redução do risco de doenças cardíacas. Uma nova pesquisa, apresentada na Reunião Nacional da Sociedade Química Americana, que acontece em Dallas, nos Estados Unidos, parece ter desvendado o mistério: são as bactérias presentes no intestino as responsáveis por tais melhorias na saúde cardíaca.
“Nós descobrimos que há dois tipos de micróbios no intestino: os ‘bons’ e os ‘ruins’”, explicou Maria Moore, uma das autoras do estudo da Universidade Estadual da Louisiana. “Os ‘bons’ micróbios, como Bifidobacterium e bactérias lácticas, se alimentam do chocolate”.
Segundo John Finley, principal autor da pesquisa, as bactérias digerem o chocolate e o fermentam em compostos antiinflamatórios, que atuam diretamente sobre o coração:
“Quando estes compostos são absorvidos pelo corpo, eles diminuem a inflamação do tecido cardiovascular, reduzindo o risco de longo prazo de acidente vascular cerebral (AVC)”, disse ele.
A equipe testou três pós de cacau usando um modelo do aparelho digestivo, constituído por uma série de tubos de ensaio modificados para simular a digestão normal. Eles colocaram diversas bactérias fecais humanas no tubo para observar sua atuação.
Bom para a saúde em geral
O cacau em pó possui vários polifenóis - antioxidantes encontradas em plantas como os flavonoides, que já eram apontados como a substância benéfica do cacau -, tais como a catequinas e a epicatequina, e uma pequena quantidade de fibras dietéticas. Ambos os componentes foram pobremente digeridos, mas ao chegar ao cólon, os micróbios começaram a atuar.
“Em nosso estudo, constatamos que a fibra é fermentada e os grandes polímeros de polifenólicos são metabolizados em moléculas menores, que são mais facilmente absorvidas. Estes polímeros menores exibem atividade antiinflamatória”, afirmou Finley.
Já se sabia que os prebióticos - ingredientes nutricionais não digeríveis encontrados em sementes e raízes de alguns vegetais como cebola, alho, chicória, aspargo, centeio e grão de bico - traziam benefícios aos seres vivos ao estimular o surgimento de bactérias benéficos no cólon. Segundo Finley, a combinação da fibra de cacau com os prebióticos pode impulsionar a conversão dos polifenóis em compostos antiinflamatórios.
Além disso, também inibem outros tipos de micróbios presentes no intestino, como a E. coli, que estão ligados a problemas como gases, inchaço, diarreia e constipação.
“Quando você ingere prebióticos, os benéficos da flora microbiana do intestino aumentam e inibem os micróbios indesejáveis, como aqueles que causam problemas de estômago”, acrescentou Finley.
Assim, os pesquisadores acreditam que a ingestão do chocolate amargo combinada com alimentos prebióticos pode aumentar ainda mais os benefícios para a saúde em geral.
Fonte: O
Globo Saúde
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