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Publicado em 04/02/2014
No último dia 23 de Janeiro, jovens assentados da região de Guarantã-SP participaram de curso itinerante, com visita aos cultivos orgânicos da propriedade rural “Orgânicos da Terra”, município de Nhandeara-SP. Teoria e prática foram evidenciados e dúvidas se esclareceram sob a coordenação dos técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) pela parceria com o Instituto Biosistêmico, Wellington Rodrigo, técnico agropecuário e Shigueo Sumi, engenheiro agrônomo.
Desde 2011, a propriedade visitada e vários outros produtores da região são atendidos pelo programa AgroSebrae, na parceria SEBRAE/SP escritório regional de Votuporanga e Instituto BioSistêmico. “No começo, a gente procurava quem comprasse, era difícil aceitar o diferencial do orgânico. Agora, nós não fazemos mais contatos nenhum, as encomendas chegam por telefone”, explica o produtor Edge Rodante, proprietário da Orgânicos da Terra que mantém comercialização na região de São José do Rio Preto e São Paulo, capital.
“No orgânico você faz os canais de comercialização apenas no começo, depois, só vai se preocupar com a produção. E os preços não costumam oscilar como no convencional”, explica o técnico do INCRA/IBS o engenheiro agrônomo, Shigueo Sumi. Ele explica que a renda com o orgânico é superior ao convencional, com venda garantida nos programas governamentais de compra, que pagam mais pelo orgânico com mercados cada vez mais competitivos nos grandes centros.
Os jovens assentados se surpreenderam com os tomateiros em solo seco, resistindo às temperaturas elevadas dentro das estufas. O agrônomo Shigueo explicou que manter o tomate sem água, por um período em torno de 15 dias é uma das estratégias da ATER para controlar a produção, desde que seja usada uma variedade mais resistente à doenças.
Com o atendimento do SEBRAE/SP na Orgânicos da Terra, o produtor Edge Rodante, que antes produzia tomate de forma convencional, passou a cultivar com manejo orgânico do solo. Ele utiliza esterco animal curtido e pulverizações regulares com produtos industrializados (aceitos pela legislação da produção orgânica), além de caldas e biofertilizantes naturais. Os 60 mil pés de tomates produzem, em média, cinco quilos de tomate (vendido a R$ 3,80 o quilo). Um volume equivalente ao obtido nas produções convencionais, segundo os produtores da região.
Durante o curso, Shigueo ressaltou que, para ingressar no método orgânico, deve-se começar pelo planejamento, anotando toda e qualquer atividade aceita no orgânico, para que esses dados embasem um futuro processo de rastreamento para certificação e ajudem a otimizar o trabalho. Ele aconselhou converter uma área menor, fazendo barreiras com adubação verde para, depois, expandir o método para o restante da área.
Integração
O IBS vem promovendo atividades com a integração de projetos do INCRA e do SEBRAE para promover o desenvolvimento sustentável por meio de ações sistêmicas e da aplicação de tecnologias adequadas ao desenvolvimento sócio-ambiental.
“Produtores com características em comum, sejam elas de localização, produtiva ou econômica, conseguem perceber novas formas de pensar seu sistema produtivo quando conhecem praticas diferentes e que podem ser adaptadas à sua realidade. Nesse sentido, os cursos itinerantes demonstram a efetividade desta estratégia, na medida em que começam a interagir com a equipe de ATER buscando mudar seu processo produtivo e muitas vezes de relacionamento com o mercado”, destacou o engenheiro agrônomo Cláudio Pinheiro, diretor da unidade IBSAter.
“Promover a agricultura orgânica de novos produtores agrícolas” e “incentivar o uso de boas práticas rurais” são ações do fator crítico Produtores Agrícolas. Esse é um dos fatores críticos da Visão de Futuro “Referência em Produtos Orgânicos” presente no Roadmapping da Indústria Agroalimentar.
Fonte: Instituto BioSistemico
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