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Resíduos de leite e açúcar viram bioplástico

Publicado em 31/01/2014

Pesquisa é desenvolvida pela Unesp e mostra que o material derivado da produção de ácido lácteo é facilmente degradado na natureza

Uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista, criada por volta de 2007, visa à produção de plásticos a partir do ácido lático extraído de resíduos do leite e do açúcar. Rio Claro, área onde está situada a universidade, é um pólo na área de implantes. Daí o interesse das indústrias na utilização de implantes a partir do polímero do ácido lático, o que já vem sendo empregado nos Estados Unidos e Europa, e a iniciativa dos pesquisadores da universidade. A nova empreitada pode ser mais uma oportunidade para os produtores rurais que poderiam fornecer, além dos insumos, derivados da produção de ácido lático.

clique para ampliar>clique para ampliar (Foto: Divulgação)

Segundo Jonas Contiero, supervisor do Laboratório de Microbiologia Industrial e diretor do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro, o objetivo da pesquisa é desenvolver uma tecnologia de obtenção do ácido lático, tanto dos isômeros D como L, para serem empregados na chamada polimerização do ácido lático. Ele explica que essa polimerização, conforme o tipo de isômeros, dá características diferentes ao bioplástico formado.

— Além do caráter de fonte renovável, esse plástico é biodegradável. Portanto, a possibilidade de ter uma boa compatibilidade com o meio ambiente é inquestionável. O plástico de petróleo dificilmente será degradado. Já o bioplástico, é rapidamente degradado na natureza — afirma o supervisor.

De acordo com ele, ainda é preciso analisar para onde será dirigida a produção de bioplástico, mas conta que sua produção a partir do polilactato tem grande utilização em implantes na área de medicina, o que faz com que tenha alto valor agregado.

— Já em relação à utilização do bioplástico para a produção de sacolas, ainda é preciso melhorar a tecnologia para baixar o custo, aumentando a qualidade e a quantidade. Já existem algumas produções de sacolas, mas ainda é preciso barateá-las — explica.

Contiero diz que o produtor rural tem participação nessa empreitada oferecendo a cana-de-açúcar para a usina. Ele afirma que da cana, pode-se extrair tanto o açúcar quanto o melaço. Da mesma forma, a pesquisa busca utilizar o soro do queijo.

Com esse soro, estaríamos agregando valor ao resíduo que seria colocado no meio ambiente. Sem dúvida, é mais uma oportunidade para os produtores rurais. O que pretendemos é que uma produção de ácido lático, por exemplo, possa ser acoplada a uma usina de produção de álcool ou açúcar. Assim, não teríamos como insumo somente a produção de álcool ou de açúcar, mas também contaríamos com uma derivação para a produção de ácido lático, o que iria culminar na produção do polilactato — explica o supervisor

Valorização de Resíduos da indústria agroalimentar é uma das visões de futuro presentes no  Roadmapping da Indústria Agroalimentar. “ Desenvolver Pesquisas que agreguem valor a resíduos ou subprodutos” é uma ação do fator crítico “Desenvolvimento Tecnológico”  presente nesse Roadmapping.

Fonte: Dia de Campo via Sociedade Nacional de Agricultura

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