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Publicado em 07/01/2014
Depois de um MBA na Espanha e uns meses de meditação na Índia, o projeto de vida do empreendedor gaúcho
João Paulo Sattamini se tornou muito claro: ele iria trabalhar com orgânicos. E foi assim, após um ano
de testes e elaboração do design da embalagem, que surgiu em 2012 o primeiro energético orgânico
do Brasil – e o segundo no mundo -, o Organique (veja o site).
O energético, feito com mate, açaí e guaraná, é apenas o primeiro passo de um projeto
ambicioso da Brasilbev, empresa de Sattamini, que pretende lançar uma série de bebidas orgânicas e atingir
até 2017 um volume de vendas de R$ 30 milhões – 15 vezes mais do que o Organique faturou ano passado.
A produção de 300 mil latas por mês do energético é feita em Santa Maria,
no interior do Rio Grande do Sul, e distribuída por quase todo país, além de China, Japão, Canadá
e Estados Unidos.
O mercado internacional, aliás, é o foco de Sattamini para os próximos anos. O objetivo é que
as exportações correspondam à metade da receita – hoje, a fatia é de 20%. A justificativa
é simples. A cultura de consumo de orgânicos é muito mais forte nos países fora da América
Latina. Além disso, os frutos brasileiros possuem forte atrativo no exterior. “O açaí e o guaraná
estão em moda lá fora”, conta Sattamini. Por isso, a Brasilbev tem investido em feiras internacionais
para promover a bebida e prospectar novos clientes. O trabalho está gerando resultado e, neste ano, a Alemanha, maior
consumidor per capita de orgânicos no mundo, será o primeiro europeu na lista de clientes internacionais da empresa.
Já o mercado brasileiro apresenta maiores desafios. Ainda que o segmento de orgânicos tenha movimentado
cerca de R$ 1 bilhão no último ano e cresça em média 20% a cada temporada, o alto preço
dos produtos orgânicos ainda é uma barreira para que as vendas deslanchem. No caso do Organique, o preço
está até 15% acima do energético convencional. Sattamini espera reduzir o valor em um ano. Porém,
o empresário admite que para isso será necessário aumentar o volume de vendas, pois as matérias
primas utilizadas custam três vezes mais do que as não-orgânicas. “O orgânico é caro
por causa do pouco volume produzido. Se tiver mais loucos como eu produzindo, a gente baixa o custo da produção”,
brinca Sattamini que destaca a importância também dos consumidores na cadeia: “Tem que começar pelo
consumidor, pela consciência, em preferir um produto que não faz mal à saúde. Assim, aumentam a
demanda e a produção e o preço baixa”.
Na visão do empresário, o Paraná
tem um mercado mais consolidado para os orgânicos, com lojas especializadas no Mercado Público de Curitiba e
seções específicas nos supermercados.
Curiosamente, acontece exatamente o contrário no
Rio Grande do Sul, terra do Organique e segundo estado com maior número de produtores de orgânicos no Brasil,
de acordo com o levantamento realizado em 2012 pelo Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento. Porém,
a rede de farmácias gaúcha Panvel que disponibiliza o energético nos três estados do Sul.
Não por acaso, está nos planos da Brasilbev ter uma fábrica em São Paulo, o principal mercado
da empresa. Mas este é um projeto para um futuro mais distante, quando o faturamento der margem para investimentos
maiores. Sattamini não recuperou o aporte inicial de R$ 1,5 milhão na criação da companhia,
o que deve acontecer daqui a dois anos. Por enquanto, é do solo gaúcho que vai sair o mais novo produto da Brasilbev,
o chá-mate orgânico. Disponível em três sabores (limão, pêssego e chá
verde) e em embalagem pet, o chá ainda espera a liberação por parte do Ministério da Agricultura
para chegar às lojas. A bebida é o primeiro de quatro produtos que a empresa pretende lançar em 2014
e que vão reforçar o caminho para que, daqui a três anos, a meta dos R$ 30 milhões seja alcançada.
“É ousado, mas estamos crescendo bastante”, afirma o confiante Sattamini.
Fonte: Amanhã
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