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Publicado em 12/12/2013
Paralisada desde setembro, a reformulação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), foi
o principal tema da reunião do Conselho Estadual do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf) realizada
nesta terça-feira (10), em Curitiba.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento e presidente do
Cedraf, Norberto Ortigara, espera que o programa seja reformulado o quanto antes. “Tem que ser mais simplificado possível
para melhor entendimento e mais segurança dos produtores e gestores”, afirmou.
O PAA é um programa
do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), operado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que compra
produtos da agricultura familiar para repassá-los à entidades carentes e filantrópicas, como escolas,
creches, asilos. No Paraná, o programa tem parceria do Governo do Estado na organização dos agricultores
familiares e beneficia cerca de 3 milhões de pessoas.
Em torno de R$ 40 milhões por ano são
investidos em compras de alimentos da agricultura familiar, no Paraná, e alcança em torno de 10 mil pequenos
agricultores. Antes, eles produziam apenas para subsistência e que com essa política pública tiveram acesso
ao mercado.
Neste ano, o PAA está com orçamento de aproximadamente R$ 700 milhões no País.
Por conta da operação da Polícia Federal no Paraná, que resultou em prisões de gestores
e produtores, o programa foi paralisado. Essa interrupção vem provocando prejuízos aos agricultores familiares
e perdas nas instituições beneficiadas com o repasse de alimentos.
O secretário nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo Campos, comenta que até o fim do ano as operações
do PAA devem somar no máximo R$ 250 milhões. Ele compareceu à reunião do Cedraf, para expor aos
conselheiros a reestruturação do programa e tranquilizar os produtores.
NOVAS REGRAS – As novas
medidas para o PAA são definidas em Brasília, com a participação das entidades que recebem os
alimentos e dos movimentos sociais que representam os agricultores. “Vamos continuar com o programa e não haverá
recuo, mas sim o compromisso de todos os envolvidos”, garantiu Campos.
Entre as mudanças já definidas,
os municípios e os Estados serão chamados a dividir responsabilidades na condução do programa.
“A responsabilidade não pode ficar só nas costas do agricultor e nem da Conab, que não tem estrutura
física, nem de pessoal para operar o programa em todos os municípios do Estado”, disse.
Pelas
novas regras, o agricultor deve entregar os produtos na prefeitura, que atesta a qualidade dos alimentos e providencia a distribuição.
Além disso, haverá a requalificação das entidades que vão receber os produtos. Municípios
e entidades não poderão fazer uso político na entrega dos alimentos.
Outra alteração
vai ocorrer na permissão de trocas de produtos, que foi um dos motivos da operação da Polícia
Federal, mas com regras definidas. O limite de compras dos agricultores familiares também será reformulado,
afirmou Campos.
Existe a possibilidade de ser criada a modalidade de comercialização de sementes, que
vai incrementar os programas de apoio a agroecologia. Com essa modalidade será criado um mercado de sementes da agricultura
familiar, um dos grandes gargalos que travam o crescimento do sistema agroecológico.
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