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Publicado em 25/11/2013
Dentre mais de 300 projetos inscritos o “Cultivo de cogumelos comestíveis e medicinais como diversificação da geração de renda de agricultores familiares da cooperativa de produtos agroecológicos, florestais e artesanais de turvo (COOPAFLORA)”, de Herta Stutz Dalla Santa, professora do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), foi premiado na categoria Universidade Solidária do Prêmio Santander Universidades 2013.
A transferência de tecnologia, por meio de cursos e assessorias acerca da produção dos cogumelos Shimeji e Shiitake, é o foco deste Projeto, que prevê o beneficiamento de pequenos produtores integrantes da COOPAFLORA a fim de diversificar a produção e incrementar a renda nas pequenas propriedades rurais.
Segundo a professora, o prêmio é importante porque é a oportunidade de “alavancar uma comunidade de produtores rurais, com tecnologias, inclusão e preparo”. É um momento crucial, também, por possibilitar o envolvimento de vários alunos. O prêmio para os ganhadores pode financiar uma estufa e material para a realização dos cursos, além de bolsas para estagiários promoverem-nos.
Na cerimônia, que ocorreu dia 19 de Novembro e premiou cada Universidade com 100 mil reais a serem investidos no projeto, estavam presentes além do presidente mundial do Santander o ministro da Educação Aloizio Mercadante, o que já deixa claro por si mesmo a importância deste prêmio.
O projeto
Iniciando em Janeiro de 2014 pretende-se, durante o primeiro ano, estimular e efetivar a produção dos cogumelos (as sementes serão doadas pelo laboratório de Bioprocessos da Unicentro) mediante cursos teóricos e práticos que serão ministrados in loco nas pequenas propriedades. A fase de produção e comercialização dos cogumelos terá acompanhamento de uma assessoria. Além disso, serão ministrados cursos de informática, empreendedorismo, gestão, gerenciamento de resíduos, boas práticas de fabricação (BPF) de alimentos e métodos de conservação de cogumelos.
Além da comercialização dos cogumelos na forma desidratada, no segundo ano o foco ficará por conta do desenvolvimento de novos produtos à base de cogumelos pelos alunos do curso de Engenharia de Alimentos da Unicentro.
Os principais resultados esperados são: a produção de cogumelos orgânicos como fonte de geração de renda alternativa, a inclusão social e a capacitação dos produtores e dirigentes da Cooperativa.
Inicialmente a comercialização deve ser feita para inserção dos cogumelos na região do Turvo, Guarapuava e regiões próximas, porém a ampliação do mercado é um dos objetivos do projeto.
A iniciativa de procurar a COOPAFLORA foi inicialmente do prof Durinézio José de Almeida do curso de Biologia, do prof David Chacón Alvaréz e da prof ª Herta Dalla Santa do departamento de Engenharia de Alimentos. O projeto foi elaborado com a também com a ajuda da Vanessa Sovrani, bióloga.
Herta comenta que todas as atividades e apoio realizadas para o bom andamento da visita in locco que a equipe do Santander fez durante a fase de triagem dos projetos foram de vital importância. “Nesta etapa tivemos uma participação efetiva da PROEC e dos professores David, Osmar Dalla Santa e da Vanessa, temos equipe muito boa, pois preciso necessariamente citar o apoio do professor Emmanuel Sanchéz da Agonomia, da Nayara Suzimilo graduanda de Biomedicina e da Suellen Samara Werner, engenheira de alimentos, todos ajudaram e o mérito da aprovação deste projeto é de todos”, diz a professora.
O projeto é multidisciplinar e serão escolhidos pelo menos 10 alunos da Unicentro de diferentes áreas como: biologia, nutrição, engenharia de alimentos, agronomia, informática, administração, engenharia ambiental.
A cooperativa
A COOPAFLORA envolve 123 produtores rurais, porém, segundo Herta, a produção de cogumelos é uma atividade que requer cuidados especiais em algumas etapas, especialmente no início do processo. “Inicialmente o foco é para até 20 cooperados, este número poderá aumentar à medida que os primeiros participantes estiverem autônomos na produção e o produto tiver mercado certo”, comenta a professora.
A escolha dessa cooperativa deveu-se ao fato de trabalharem de forma orgânica em uma atividade que necessita de cuidados e é feita de forma mais artesanal, e também porque alguns cooperados já possuem desidratadores o que possibilita o uso destes para a secagem dos cogumelos.
Atualmente ainda não há produção de cogumelos pelos produtores que serão atendidos, eles produzem plantas medicinais e erva-mate de forma orgânica que são desidratadas e comercializadas. Essas atividades também serão beneficiadas pelo projeto possibilitando melhorias no processo como boas práticas, e nos quesitos embalagem e comercialização a fim de dar autonomia e incremento na geração de renda como um todo à cooperativa.
Segundo a profª Herta a região favorece o plantio desses cogumelos e é possível um volume grande de produção. “O clima é muito favorável. Além disso, o azevém, um dos substratos que serão usados para a produção de Shimeji é abundante e acessível na região, e ainda, o outro cogumelo, o Shitake que é produzido nas toras ou serragem do eucaliptos é igualmente viável pois temos grandes áreas plantadas com essa espécie na região”.
Além disso, o grupo de pesquisa está trabalhando na obtenção de linhagens adaptadas à região e tem outros estudos que visam a produção de sementes dos cogumelos a um preço menor.
Cogumelos Shimeji e Shiitake
Segundo Herta os cogumelos tanto na forma in natura como desidratados são alimentos deliciosos e saudáveis. Esses produtos possuem alto teor de proteínas, alguns minerais e vitaminas importantes para o bom funcionamento do sistema imunológico além de atuar na redução do colesterol LDL, também chamado de mau colesterol.
O prêmio
Herta, que ganhou um troféu para si e um para Unicentro, afirma que o prêmio foi um reconhecimento de um trabalho sério e intenso feito com o grupo de pesquisa na universidade, mas que também não está apenas focado na pesquisa, tendo uma frente de propagação dos conhecimentos e aplicação junto à comunidade, especialmente dos que mais precisam e que querem aprender e crescer.
“Acreditamos que não basta saber, é preciso difundir, como servidores públicos, recebemos através dos impostos pagos pela comunidade e, portanto, devemos retribuir a eles, não apenas porque isso nos faz sentir bem ou porque estamos sendo altruístas, mas porque devemos isso a eles”.
Articulação da Rota Indústria Agroalimentar
“Promover a agricultura orgânica de novos produtos agrícolas” e “Estimular a cooperação entre produtores e centros de pesquisa” estão entre as ações de futuro propostas para Visão “Paraná referência em Produtos Orgânicos”, presentes no Roadmapping da Indústria Agroalimentar.. Esse mapa é fruto do projeto das Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense.
Informações de UniSol e Herta Dalla Santa
Boa tarde,gostei muito da reportagem e veio bem de acordo com os meus planos,pois quero muito aprender a produzir cogumelos,porém a distância dificulta um pouco.Será que voces conheceriam alguém na área de Porto União ou União da Vitória que poderia me orientar?Agradeço desde já e Feliz 2014!
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