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Publicado em 24/10/2013
Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. E agora o famoso caldo de cana tradicionalmente extraído no momento do consumo em feiras livres já pode ser encontrado nas prateleiras dos supermercados.
Desde o ano passado, uma empresa no interior de São Paulo está engarrafando e vendendo o produto, que tem validade de vários meses, e até já passou a exportá-lo para a Europa. Neste mês, a fabricante de sucos Jandaia também lançou sua versão da bebida, vendida em embalagem longa vida.
A ideia surgiu há 3 anos depois que Rafael Luques, recebeu a visita de um amigo francês que provou o caldo de cana e quis levá-lo para a família. O que não foi possível pelo fato da bebida perder suas propriedades com facilidade.
Em parceria com o Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos) Rafael desenvolveu um processo de conservação da bebida e montou a indústria de alimentos Susten, em Alumínio (SP).
"Como somos pioneiros nesse processo de [engarrafamento de] caldo de cana 100% natural, tivemos dificuldades nos estudos e testes para chegar no produto, tanto que patenteamos o processo", afirma o empresário.
Batizado de Kanaí, suco de cana-de-açúcar, o produto tem validade de 8 meses e é envasado em garrafinhas de 300 ml. A produção da bebida iniciou em julho de 2012 e está sendo vendida nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
Além disso, Rafael, informa que 40% da produção é exportada para Suíça, Itália, Portugal e Espanha. "E no próximo ano estaremos nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália", diz .
Ele afirma ter investido R$ 500 mil, dos primeiros testes em laboratório até a aprovação final do produto. Para abrir o negócio, recorreu ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), onde recebeu consultoria jurídica e orientações sobre o planejamento da fábrica e gestão da empresa.
Processo de produção passa por controle do teor de açúcar e pasteurização:
A cana-de-açúcar usada como matéria-prima pela Susten é proveniente de diversos fornecedores locais. Assim que chega à fábrica, é lavada com água e cloro.
Depois, segue para a moagem, extraindo-se o caldo com o uso de uma pequena máquina que produz até 400 litros por hora. O bagaço que sobra da moagem é usado na caldeira que aquece a água da fábrica.
A bebida tem seu teor de açúcar controlado e passa por filtragens para eliminar resíduos de cana.
Ela é então colocada em garrafas de vidro de 300 ml, previamente higienizadas com uso de vapor. Já no interior da embalagem, a bebida passa por um processo de pasteurização, ou seja, é aquecida e logo em seguida resfriada para evitar a proliferação de micro-organismos.
A indústria tem capacidade para produzir até um milhão de garrafas por mês, mas ainda não atinge esse número, de acordo com Rafael Luques.
Ele tem planos para abrir filiais da fábrica e quer também produzir novos sabores de Kanaí, como caldo de cana com limão, abacaxi, gengibre e maracujá.
Jandaia lança caldo de cana em caixinha:
A fabricante de sucos Jandaia também incluiu o caldo de cana entre as bebidas que produz. A empresa lançou neste mês uma versão embalada em caixinha longa vida, de papelão.
O produto é pasteurizado e tem durabilidade de seis meses. Segundo a empresa, o processamento mantém o sabor e as vitaminas da garapa.
"Percebemos que o brasileiro gosta bastante da bebida, que é rica em ferro, cálcio, potássio e magnésio", afirma o diretor da Jandaia, Eduardo Figueiredo.
A perspectiva é que a bebida represente 5% de todo o faturamento da empresa, em um período de um ano e meio, de acordo com o executivo.
A empresa informa que investiu R$ 1,5 milhão até o lançamento do produto, que, inicialmente, será vendido nos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e no Distrito Federal.
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Fonte: Uol Economia
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