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Publicado em 17/10/2013
Numa jornada que começa pelos braços do gari Eduardo Silva, de 48 anos, o Hulk, os restos de frutas e verduras começam a virar adubo em São Paulo. Há dois meses, o lixo orgânico que ele recolhe na feira de São Mateus, na zona leste, deixou de viajar até o aterro sanitário na divisa com Guarulhos para ser compostado no próprio bairro.
Trata-se de um projeto piloto que a Prefeitura quer levar às 900 feiras semanais da capital, uma das metas da gestão Fernando Haddad, para retirar cerca de 62 mil toneladas de lixo por ano dos aterros, onde o processo de decomposição dos resíduos provoca 20 vezes mais efeito estufa.
"Hoje, 53% do lixo coletado na cidade é orgânico e nós não fazemos nada para aproveitá-lo. Nas feiras, quase tudo que é descartado pode virar composto e dar vida ao solo em vez de ir para o aterro e produzir gás metano", disse a agrônoma Lúcia Salles França Pinto, coordenadora do projeto. A ideia é que em breve podas de árvores também sejam compostadas.
Segundo o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, quatro centrais de compostagem serão criadas na cidade até 2016. Cada uma deve custar cerca de R$ 500 mil por mês, valor equivalente ao que a Prefeitura paga hoje para enterrar o lixo das feiras no aterro.
"Vamos construir um cardápio de soluções de coleta e tratamento de resíduos, ajudar pequenos produtores rurais com insumos, diminuir o lixo transportado e aumentar a vida útil dos aterros", disse Simão Pedro, que estima uma economia de 30% na limpeza das feiras.
Na feira da Rua Ursa Menor, em São Mateus, o projeto tem contado com a ajuda dos feirantes, que já descartam os restos de frutas e verduras nas caixas ou caçambas que irão para a compostagem, reduzindo o lixo acumulado no chão.
Dos oito garis que varrem cada feira, a Prefeitura pretende transformar dois em agentes ambientais. Serão eles que vão acompanhar a coleta das caçambas, o transporte até a central de compostagem e a montagem das leiras, onde resíduos orgânicos são misturados às serragens para virar composto.
No caso de São Mateus, o adubo é feito num terreno vizinho ao prédio da subprefeitura, que estava abandonado. Segundo Lúcia, o espaço comporta o lixo de até seis das 38 feiras de São Mateus. "Outras quatro subprefeituras já nos procuraram interessadas em fazer a compostagem. Com isso, os caminhões vão andar menos pela cidade", afirmou.
O composto vai abastecer hortas urbanas na cidade e cerca de 40 agricultores da zona leste aguardam o adubo da feira
livre de São Mateus, que pode baratear seus produtos.
Uma dessas produtoras é Terezinha, segunda ela
o composto pode resultar numa economia de até R$ 150 por mês que ela gasta comprando o adubo de galinha e baratear
seus produtos, que são entregues em creches e escolas municipais e vendidos na feira de orgânicos do Parque
do Carmo, na zona leste da capital.
"Tudo o que a gente precisa é de bastante compostagem, por que não tem adubo igual. Meu marido está doido para a situação melhorar para vir trabalhar comigo", disse Terezinha.
As políticas pública e social são fatores críticos para o desenvolvimento da Visão de Futuro – Indústria Agroalimentar Sustentável- Valorização de Resíduos, presente no Roadmapping da Indústria Agroalimentar apontadas pelo projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, iniciado em 2006. Acompanhe este projeto do Observatórios Sesi/Senai/IEL.
Fonte: O Estado de São Paulo
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