FONTE: Anpei
A startup fluminense Extrair desenvolveu uma nova técnica de limpeza de sementes de maracujá que possibilita a fabricação de um óleo com propriedades farmacêuticas. O subproduto da extração também pode ser usado pela indústria de cosméticos para esfoliantes e pela indústria alimentícia, como substituto do farelo de trigo na fabricação de biscoitos. O caso foi apresentado nesta quarta-feira (5/6) durante a XIII Conferência Anpei de Inovação, em Vitória (ES).
A Extrair foi fundada em 2009 por Sandro Reis, engenheiro agrônomo da Universidade Estadual do Norte Fluminense. A ideia principal do projeto era reaproveitar resíduos e reduzir o passivo ambiental das indústrias de sucos e poupas de frutas. A empresa começou com o maracujá, mas já está testando a viabilidade nas sementes de goiaba, graviola e uva. Há potencial também para explorar café, açaí, uva, cupuaçu, pêssego e abóbora.
A empresa recolhe os resíduos de sementes das empresas fabricantes de sucos e poupas de frutas. “Elas chegam misturadas com outros materiais”, disse Reis. “Nossa empresa faz a limpeza por meio de uma técnica nova, que não podemos dar detalhe porque entramos com pedido de patente”, explicou. “Conseguimos fazer isso rapidamente, economizando água e energia e aumentando a vida útil da semente em um ano.”
As sementes são prensadas e um óleo de alta qualidade é extraído. “Exportamos o material para hospitais nos EUA que o usam como analgésico em gestantes e outros pacientes”, disse Reis. De acordo com o engenheiro, o óleo tem propriedades fitoterápicas, é rico em vitamina C, cálcio, fósforo, ácidos graxos e tem propriedades anti-inflamatórias.
Cerca de 60 países já foram visitar a empresa, que fica situada em Bom Jesus de Itabapuana, interior do Rio de Janeiro. “Chamamos atenção pelo ineditismo do produto, nunca gastamos um tostão com marketing”, disse Reis. “Mesmo porque, nosso orçamento não nos permite.”
Com produção ininterrupta — as sementes podem ser armazenadas e a produção do óleo ocorre o ano inteiro — a Extrair já ganhou diversos prêmios de inovação. Incubada na Universidade Estadual do Norte Fluminense, a empresa agora busca parceiros para ampliar a área de atuação. “Estamos conversando com diversos produtores de fruta e suco, e o cenário é otimista”, finaliza.
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